São Paulo, domingo, 5 de junho de 1994 |
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EUA intensificam uso da pena de morte
BILL ECENBARGER
Cerca de 20 mil pessoas assistiram à última execução pública no país –um enforcamento em Owensboro, Kentucky, em 1936. Na época as execuções já haviam sido transferidas para trás dos muros das prisões, onde eram observadas apenas por algumas poucas "testemunhas". Apesar disto a pena de morte está viva e bem de saúde nos EUA. Em 93, 38 prisioneiros foram executados em dez Estados –mais do que em qualquer ano desde 1962. O tempo está se esgotando para os 2.700 condenados que aguardam no corredor da morte. Os americanos estão revoltados com o alto nível de criminalidade, e desesperados para resolver o problema de alguma maneira. Por isso a execução de assassinos continua, apesar das evidências de que a pena de morte não é impedimento à criminalidade. Os legisladores apóiam a pena capital e ao mesmo tempo procuram torná-la mais eficiente, mais humanitária e mais digerível. São 36 os Estados americanos que aplicam a pena capital. "Está acontecendo nos EUA um banho de sangue silencioso, do qual o cidadão comum sequer toma conhecimento", disse Watt Espy, historiador da pena capital. No passado o homem procurou agir com a maior brutalidade possível, recorrendo a métodos como ferver os condenados em óleo, soterrá-los vivos, queimá-los vivos, impalá-los em estacas e pendurá-los em cruzes. Gostamos de pensar que já avançamos muito, com o advento de métodos "modernos" como o enforcamento, a eletrocussão, a administração de injeções letais e a morte pela inalação de gases letais. Mas os relatos das poucas testemunhas às quais é permitido assistir às execuções modernas mostram claramente que a tecnologia avançada nem sempre torna a pena de morte menos dolorosa, nem mais agradável de se assistir, e que quase todas as execuções são acontecimentos macabros. Tradução de Clara Allain LEIA MAIS sobre pena de morte na página 8 Texto Anterior: Mortos na chacina podem ter chegado a 3.000 Próximo Texto: Cadeira elétrica não reduz dor Índice |
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