São Paulo, domingo, 5 de junho de 1994 |
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Micros aguardam o real com otimismo
NELSON ROCCO
Roberto Lacerda, 35, sócio-diretor da empresa de consultoria Arthur Andersen, diz que os empresários não acreditam que haverá "apenas uma troca de moedas". Lacerda diz que tem percebido que os empresários têm esperanças de reduzir uma série de tarefas. Entre essas tarefas, ele cita os controles burocráticos necessários em uma economia indexada, como cálculos de salários, contabilidade geral e pagamento de tributos. Francisco Dantas Filho, 41, dono da Decibel –que fabrica componentes para o setor de telecomunicações–, reclama que as encomendas caíram após o anúncio das medidas do Plano Real. Dantas diz que uma eventual "explosão de consumo" será contida pelos produtos de alimentação. "Meus funcionários dizem que o dinheiro não dá para o supermercado." Lúcia Fachga, 40, dona da Fachga Chocolates Artesanais, acredita que o plano econômico do governo dará certo. A empresária conta que têm "driblado" a retração das vendas com criatividade, lançando novos produtos e fazendo parcerias para participar de feiras. A Cavassa Confecções, que fabrica uniformes escolares, tem vendido menos. Iacil Cavassa, dono, diz que as escolas estão reduzindo os estoques de uniformes. "Se o plano der certo, as pessoas irão gastar mais. Isso é bom para o comércio e para a indústria", diz. João Batista Bueno da Silva, 42, dono da House Cleaning (dedetização) e da Briolyne (indústria de inseticidas), afirma que os clientes têm cancelado contratos. Silva espera uma reação dos consumidores semelhante ao que houve em 86, com a implantação do Plano Cruzado. "Na época, ficamos com a agenda lotada." Texto Anterior: Serviço presta apoio gráfico Próximo Texto: Pequenas indústrias mantêm aquecimento Índice |
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