São Paulo, terça-feira, 7 de junho de 1994 |
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Imagem de satélite vai ajudar previsão
ROSANA SPINELLI
O radar colocado no ERS-1 é capaz de fazer imagens perfeitas através das nuvens, o que antes não era conseguido no Brasil. Os estudos para a utilização do ERS-1 na agricultura estão sendo iniciados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em São José dos Campos (97 km a nordeste de São Paulo). A proposta do estudo do ERS-1 deve estar pronta em dois meses, quando deverá ser entregue às instituições de financiamento de pesquisas. A previsão de safra é importante para que o governo possa planejar importações, exportações, créditos rurais e demais investimentos na agricultura. Atualmente, a previsão da safra é feita por técnicos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A última previsão, divulgada pela Conab em 25 de maio passado, é de safra de 76,2 milhões de toneladas de grãos. Segundo Antônio Roberto Formaggio, 41, pesquisador da divisão de sensoriamento remoto do Inpe, o estudo pode estar concluído em dois anos se for obtido o financiamento e a equipe puder se dedicar ao trabalho. O sensoriamento remoto (veja texto ao lado) já é usado pelo IBGE para fazer previsões de safra em apenas três Estados: Santa Catarina, Paraná e Distrito Federal. As imagens são conseguidas através de sensores instalados nos satélites Landsat (norte-americano) e Spot (europeu). A tecnologia utilizada pelo IBGE também foi desenvolvida pelo Inpe e o trabalho vem sendo feito há seis anos. No resto do país, as previsões de safra são feitas através de consultas a produtores de sementes, vendedores de insumos e agricultores. "Este método não é preciso e muitas vezes as previsões chegam tarde demais", diz Formaggio. Segundo ele, a definição da área plantada através das imagens de satélite tem uma margem de acerto de 90%. Além da dificuldade de se abranger todo o território nacional, um dos principais fatores que atrapalham a ampliação do serviço para todo o país é o fato de os sensores colocados nos satélites não conseguirem fazer imagens através das nuvens. Esse problema seria resolvido com o ERS-1. A idéia da equipe do Inpe é unir a utilização do ERS-1 com a dos outros dois satélites. Formaggio afirma que com a união das imagens dos satélites ficará mais fácil diferenciar uma cultura da outra na hora de analisar a imagem. Texto Anterior: Preço do hectare em SP sobe 36% em dólar Próximo Texto: Entenda o sensoriamento Índice |
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