São Paulo, terça-feira, 7 de junho de 1994
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Produtores do Paraná apostam na recuperação do trigo em 1995

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os agricultores do oeste do Paraná estão otimistas com a perspectiva da retomada da lavoura de trigo brasileira. Apenas na região de Cascavel, a expectativa é de uma safra superior a 130 mil t.
"O preço diferenciado de acordo com a classificação de qualidade do produto deve ser o principal fator de recuperação da triticultura", diz Romano Czernej, presidente da Cooperativa Central Regional Iguaçu (Cotriguaçu).
A central reúne sete cooperativas e 38 mil produtores do oeste do Estado. Este ano seu faturamento chegou a US$ 40 milhões, movimentanto um volume de 600 mil toneladas de soja, 620 mil t de milho e 130 mil t de trigo.
Apesar desta nova fase do trigo identificada pelas cooperativas, o produto deve levar ainda mais duas ou três safras para recuperar espaço.
Segundo Czernej, este ano os agricultores enfrentaram problemas com a falta de sementes e por isto a área plantada não aumentou.
A previsão é de que foram plantados no Paraná apenas 700 mil hectares, 35% a menos que em 93.
Outra dificuldade é o atraso da liberação dos recursos de custeio da safra, prometidos pelo Banco do Brasil. Até o momento, os agricultores não receberam o dinheiro.
Mas o plantio precisou ser feito antes do final de maio, devido à chegada do frio. Assim, os produtores já assumiram dívidas para comprar adubos e sementes.
Entretando, nada disso assusta a diretoria da Cotriguaçu. "A partir do ano que vem a área plantada será maior, pois não faltará sementes", diz Czernej.
Ele acredita ainda que em menos de cinco anos o Brasil poderá colher cerca de 7 milhões de t de trigo, contra os 2,2 milhões produzidos atualmente.
Isto seria suficiente para atender o mercado interno que consome hoje cerca de 6,7 milhões de toneladas por ano.
"Outra vantagem de plantar trigo é a rotação de cultura com a soja, que ajuda na melhoria do solo e da produtividade", diz o presidente da Cotriguaçu.

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