São Paulo, terça-feira, 7 de junho de 1994
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Escolas de SP investem em laboratórios "high-tech"

PAULO SILVA PINTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de conquistar as escolas, os computadores estão competindo com os outros "brinquedos" acadêmicos no terreno deles: os laboratórios.
No Colégio Bandeirantes, no Paraíso (zona sul de São Paulo), instrumentos eletrônicos medem com precisão e variação de temperatura um material, ou a velocidade de um objeto que se desloca.
"O tempo que os alunos gastavam para registrar tudo no papel e fazer um gráfico vai ser usado na análise dos dados", diz Sérgio Boggio, 47, diretor de tecnologia da escola.
O Bandeirantes, que já tem computadores em laboratórios há quatro anos, substituiu neste ano todas as máquinas por outras, ligadas em rede.
Elas permitem ver os resultados de experiências realizadas pelos outros alunos e checar, por exemplo, a margem de erro.
No Bandeirantes as medições eletrônicas ainda estão restritas aos laboratórios de física. No Liceu Pasteur (escola francesa), a quantidade de oxigênio na água vai ser aferida desta forma em uma experiência de biologia.
Hoje os alunos contam as bolhas de ar que saem da água onde está mergulhada uma planta.
A Escola Graduada, a Escola Britânica Saint Paul's, o colégio Magno e o Galileu Galilei também estão comprando sensores para acoplar a computadores.
Mas esses novos instrumentos não vão roubar a cena dos aparelhos e experiências nestas escolas, que estão entre os mais avançados que se faz em segundo grau no mundo - vale lembrar que as escolas internacionais se igualam ao que há de melhor nos países de origem.
Na Escola Graduada (americana), por exemplo, os alunos fazem experiências comparando ondas de água e de luz. Ondas de água em um tanque quando se cruzam formam pontos de calmaria. Com a luz laser acontece o mesmo: nos pontos de intersecção não há luz.
As grandes vedetes dos laboratórios continuam a vir do Primeiro Mundo. O Colégio Visconde de Porto Seguro recebeu do governo alemão um homem de plástico em tamanho natural, que pode ter os órgãos destacados.
Em alguns casos, até os produtos químicos têm que ser importados. A Saint Paul's não encontrou similar brasileiro para um óleo de parafina, que pode ser aquecido e dar origem a gases diferentes conforme a temperatura (simulando para os alunos o que ocorre na destilação do petróleo).
Na Saint Paul's, toda a matéria teórica de química está vinculada a uma experiência ou vídeo.
Os maiores beneficiados com esses recursos são exatamente os alunos que se dão mal nas aulas teóricas. "Eles podem ter um senso prático grande e com isso aproveitar bem as experiências", diz Bruno Belleoch, 41, professor de biologia do Liceu Pasteur .

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