São Paulo, terça-feira, 7 de junho de 1994
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Normas de segurança restringem experiências

PAULO SILVA PINTO
DA REPORTAGEM LOCAL

A qualidade do trabalho em laboratório nas escolas não está só no que se faz dentro deles, mas também no que se deixa de fazer por segurança.
Experiências de química orgânica com benzeno e tetracloreto de carbono foram eliminadas do currículo da Escola Graduada porque podem causar câncer, segundo a técnica de laboratório e professora de matemática da escola, Vera Lessa, 35.
Uma prova de que falta informação sobre esses riscos é que a responsável pelo laboratório da escola Saint Paul's, Regina Cairo, 27, não sabia de restrições a eles até começar a trabalhar no colégio.
Na Saint Paul's os "produtos proibidos" foram doados para instituições de ensino superior.
Outras experiências que parecem perigosas ficam seguras com cuidados rígidos. A Saint Paul's, por exemplo, tem em seu laboratório partículas radiativas, para demonstrações.
Elas ficam guardadas em cofres de chumbo e são manipuladas com pinças, apesar da radiatividade muito baixa que apresentam (para contaminar alguém seria necessário carregá-las no bolso durante um ano).
Manutenção
Os equipamentos importados que as escolas utilizam têm o problema de não contar com manutenção no Brasil, ou então ela ser tão cara que se torne inviável.
A Saint Paul's procurou conserto para um osciloscópio (aparelho que constrói gráficos representando uma onda na tela), normalmente disponível só no ensino superior no Brasil.
"Quando veio o orçamento, descobrimos que era mais barato importar outro aparelho novo da Inglaterra", diz o técnico do laboratório Antônio Gagliardi Prado.
(PSP)

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