São Paulo, terça-feira, 7 de junho de 1994
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Polícia Federal prende mais dois traficantes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DAS AGÊNCIAS

Na manhã de ontem a Polícia Federal prendeu mais dois traficantes envolvidos com o carregamento de sete toneladas de cocaína apreendido anteontem em Guaraí (TO). Foi a maior apreensão já realizada na América Latina.
Os nomes ainda não foram divulgados. A polícia já capturou 11 membros da quadrilha: seis brasileiros e cinco colombianos, segundo informações não-oficiais.
A PF está atrás de Vicente Rivera Junior, filho de Vicente Rivera, o chefe do Cartel de Cali. Junior está sendo procurado desde as 5h da manhã de anteontem, quando foi invadida a fazenda.
O diretor-geral da PF, Wilson Romão, viajou domingo pela manhã para Guaraí para acompanhar as investigações.
A quadrilha presa ontem mantinha esquema de emissão de notas fiscais frias para driblar a cobrança de imposto sobre o fumo. As notas eram substituídas a cada Estado em que passava o tabaco. O produto não seria taxado se transportado apenas dentro do mesmo Estado.
O esquema acobertava irregularidades no transporte do tabaco por rodovias do país. Funcionava nos Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.
Uma parte dos traficantes instalados nesses Estados trocava notas assim que os caminhões de tabaco cruzavam as fronteiras. Vestígios da passagem dos caminhões naquelas áreas eram apagados.
As notas trocadas valiam somente para o Estado por onde passavam os caminhões. Ao cruzar fronteiras, outra nota, referente àquele Estado, era emitida. Um mesmo carregamento chegava a ter seis notas diferentes.
O tabaco era comprado no Rio Grande do Sul e levado em caminhões fretados. À medida que avançava pelos Estados, a mercadoria era novamente registrada como comercializada naquele local.
As 20 toneladas atravessaram 3.300 km. A cocaína, ao contrário, vinha da Colômbia em jatinhos.

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