São Paulo, terça-feira, 7 de junho de 1994
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Decisão sobre mensalidade pode sair hoje

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, criticou ontem a imprensa e a sociedade em geral por cobrarem do governo regras para a conversão das mensalidades escolares em URV.
"Não é responsabilidade nossa. Há muito tempo vem-se falando que o governo precisa se retirar da economia, mas agora a sociedade nos cobra uma intervenção", afirmou Ricupero, ao ser questionado sobre o atraso do governo na conversão desses dois serviços.
A decisão sobre a conversão das mensalidades pode sair hoje, ao final de uma reunião do presidente Itamar Franco, às 16h, com os ministros Rubens Ricupero (Fazenda) e Murílio Hingel (Educação).
Os três se reunirão, antes, com os presidentes da UNE e Ubes (União Nacional do Estudantes e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), Fernando Gusmão e Joel Benin.
A conversão pela média dos quatro meses anteriores à adoção da URV (novembro a fevereiro), como defendiam os pais de alunos, já foi descartada pelo governo.
Ricupero disse que, após o fracasso da livre negociação entre as partes, "fica curioso querer criticar o governo por este não ser ditatorial".
Ele afirmou que a livre negociação não deu certo "porque as fórmulas apresentadas agradavam a um grupo mas não a outro".
"O governo também não é dono de uma fórmula mágica que possa contentar a todos", afirmou.
"Palhaçada"
Tanto donos de escolas como representantes de pais de alunos estão classificando o vaivém do governo em torno das mensalidades como "palhaçada".
"Ou o ministro (da Fazenda) está mal assessorado ou mal-intencionado", disse o presidente da Associação Intermunicipal de Pais e Alunos (Aipa), Mauro Bueno.
Ele defende que a conversão seja feita pela média dos meses de novembro a fevereiro –sem o aumento concedido aos professores–, o que foi descartado como ilegal por Ricupero.
O ex-presidente do Grupo –associação que representa escolas particulares de 1º e 2º graus do Estado–, Mauro de Salles Aguiar, diz que "nós não seremos recebidos para discutir a medida provisória mas a UNE, cuja representatividade é próxima de zero, será".

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