São Paulo, terça-feira, 7 de junho de 1994
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Carne de segunda sobe 112% em um mês

DA REPORTAGEM LOCAL

O preço da carne disparou no varejo. Entre 6 de maio e ontem, o quilo da carne de segunda subiu 112% em cruzeiros reais.
A cotação da carne de primeira teve alta de 70% no mesmo período. A informação é do Sindicato dos Varejistas de Carnes Frescas do Estado de São Paulo.
Esse aumento deve ser captado na inflação da primeira quadrissemana de junho, afirma Heron do Carmo, coordenador-adjunto do índice de preços da Fipe. A carne bovina pesa 4,5% nesse índice.
A alta dos preços no varejo foi puxada pelas cotações do boi. Em 30 dias, o preço pago ao pecuarista subiu 39% em URV.
Marcelo Mendonça, analista da Boiconsult, informa que os preços do boi começaram a reagir a partir de 20 de maio. Mesmo assim a cotação de maio ficou 3% abaixo da média de três anos.
Ontem a arroba do boi gordo valia 23 URVs em São Paulo, sem oferta para venda. A tendência é de alta com a chegada da entressafra (julho) e do real, prevê Mendonça.
Segundo Norberto Giangrande da Boiconsult, a reação dos preços ocorreu por causa da proximidade da entrada do real. Os pecuaristas que não sabiam onde aplicar o dinheiro resolveram segurar o boi.
"Em maio, aumentou a procura de empresas de fora da pecuária interessadas em investir em boi", diz Mendonça.
A alta do boi foi sancionada pelo aumento das compras de carne das indústrias que exportam embutidos e produzem carne-seca.
"Com a perspectiva de congelamento do câmbio, as indústrias aceleraram os contratos de exportação", diz Mendonça. Isso puxou os preços, da carne de segunda.
O preço continua espantando o consumidor. Em maio, a venda caiu 6% sobre igual período de 93.

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