São Paulo, terça-feira, 7 de junho de 1994
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História sem fim

FÁBIO SORMANI

Quando começou a atual temporada da NBA, a maioria dos jornalistas norte-americanos elegeu New York Knicks e Phoenix Suns como os prováveis finalistas do campeonato. Por pouco não erraram por completo.
O Phoenix sucumbiu diante de um Houston Rockets azeitado por esta máquina de fazer pontos, apanhar rebotes e dar tocos chamada Hakeem Olajuwon; o New York quase toma o mesmo caminho diante do Indiana Pacers, que cometeu o grande pecado de não acreditar em suas forças.
Justo ou não, o fato é que Houston e New York passaram para a história da NBA como os vencedores das conferências do Pacífico e do Atlântico, respectivamente.
E quem vai pegar o cetro e a coroa que estavam com o tricampeão Chicago Bulls?
A maior lição que a ausência de Michael Jordan nos deixou é que não é mais possível fazer prognósticos. Afinal, quem poderia imaginar o Seattle fora das finais do Pacífico? E o Indiana vice-campeão do Atlântico?
Antes mesmo de Houston e New York entrarem em quadra, amanhã, para o primeiro jogo da final, no Texas, já existe história por trás deste confronto. Ou melhor: por trás do duelo entre Pat Ewing e Hakeem Olajuwon, ambos pivôs e os destaques de New York e Houston.
Voltando exatos dez anos no tempo, encontraremos estes dois jogadores frente à frente em uma final. Mas no universitário.
Ewing vestia a camisa da universidade de Georgetown, enquanto que Olajuwon representava a universidade de Houston. Depois de 40 minutos disputadíssimos, Ewing levou a melhor e conduziu Georgetown à vitória: 84 a 75.
As imagens de TV mostram o menino Ewing, então com 21 anos, ar imponente e sizudo, sem nem sequer dar um sorriso, como acontece ainda hoje, saboreando o triunfo; do outro lado, sentado no banco de reservas, um Olajuwon, igualmente com 21 anos, cabeça enterrada entre as mãos, toalha a encobri-la ainda mais, entregue a um choro incontido.
Dez anos depois, Olajuwon entra em quadra não apenas impulsionado pelo título de melhor jogador da temporada de classificação da NBA, mas principalmente movido por este combustível chamado revanche. Ewing já não tem a mesma regularidade de antes.
Dá Houston então? Eu não disse nada, só mostrei os fatos. Em final, tudo pode acontecer.

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