São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
FHC defende assistencialismo no Estado GABRIELA WOLTHERS e GUSTAVO KRIEGER GABRIELA WOLTHERS; GUSTAVO KRIEGER
FHC visitou o Abrigo para Excepcionais de Ceilândia, cidade-satélite a 30 Km de Brasília. A entidade abriga 57 deficientes mentais e físicos de 13 a 65 anos. O administrador do abrigo, Divino Teixeira de Farias, classificou como "exploração política", a visita de Fernando Henrique. Em entrevista à Folha, antes da chegada de FHC, Divino disse que não apoiava sua candidatura. "Eu apóio a Maria de Lourdes Abadia (candidata do PSDB ao governo de Brasília), mas o Fernando Henrique eu não conheço". O candidato chegou sorridente ao local, por volta das 11h. Ao entrar, seu semblante se tornou taciturno pelo ambiente. Alguns deficientes gritavam. "Não se vai melhorar o país só dando emprego, só dando crescimento econômico", disse. "Temos que ir ao fundo do caldeirão e o fundo do caldeirão é o grito lancinante que estamos ouvindo." Para FHC, "não dá para pensar que, sem uma assistência efetiva do governo e da sociedade, os problemas poderão ser resolvidos". Ele lembrou a corrupção existente na Comissão do Orçamento, que resultou na investigação feita pelo Congresso. "Os ladrões que roubavam o Orçamento, e que agora alguns estão sendo cassados, roubavam destas pessoas." FHC permaneceu menos de uma hora na entidade. Na saída, seus cabos eleitorais improvisaram uma carreata com cerca de 30 veículos. O candidato parou em um bar, no centro de Ceilândia, que pertence a um cabo eleitoral do PSDB conhecido como Pardal. No bar, ele tomou um copo de Coca-Cola, acompanhado por Maria de Lourdes Abadia. Ele fez questão de beber em pé, ao lado do balcão, "como faz o pessoal da Ceilândia". Na saída, usando um equipamento de som emprestado por Pardal, FHC improvisou um mini-comício. Cerca de 20 populares se juntaram aos cabos eleitorais para ouvir o candidato dizer que voltaria "muitas vezes" a Ceilândia. À tarde, FHC afirmou que para gerar empregos o seu programa de governo vai priorizar agricultura, turismo, serviços e apoio à média e pequena empresa. Ele disse que também estuda a proposta de aumentar o tempo de escolaridade dos estudantes. "É melhor pagar bolsa de estudos do que pagar seguro-desemprego." Texto Anterior: Empresário nega ligação Próximo Texto: Aliados de Collor se enfrentam na Justiça de Brasília; Cinco candidatos se registram hoje no TSE; Chefe de laboratório da USP dá depoimento; Procurador recebe pedido contra ACM; Carteira de vereadores é extinta em São Paulo Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |