São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994
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Quércia diz que plano é um 'conto do vigário'

LUIZ MALAVOLTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU (SP)

O candidato do PMDB à Presidência, Orestes Quércia, disse ontem em Bauru que o Plano Real é um "conto do vigário" para beneficiar Fernando Henrique Cardoso.
"O governo federal está colocando o Plano Real a serviço do candidato chapa branca (FHC), mas o povo não é bobo e não vai deixar se enganar", disse Quércia.
Segundo o candidato do PMDB, "o tiro vai sair pela culatra". Quércia afirmou que o real vai entrar em vigor em plena campanha eleitoral e vai segurar a inflação.
"Mas o plano vai segurar a inflação só na eleição, para ajudar o candidato chapa branca. Depois, a inflação volta. É tapeação e um conto do vigário", disse.
Quércia afirmou que se eleito presidente vai afastar os economistas do comando do seu governo.
"O problema do Brasil são os economistas. Aliás, tem um ditado antigo que diz que o camelo é um cavalo planejado por economistas. Chegou torto", afirmou.
Quércia afirmou que não pretende entrar na Justiça contra o uso do Plano Real na campanha de Fernando Henrique Cardoso.
"Não vai ser preciso, porque o governo, o candidato chapa branca do governo, vai tropeçar nesse plano, porque é assim que vai ser."
Quércia disse também não acreditar num suposto acordo entre Lula (PT) e o ex-presidente José Sarney, dissidente do PMDB.
"O Sarney é nosso companheiro de partido. Se ele apoiar o Lula, vai sair perdendo".
O candidato do PMDB chegou a Bauru às 10h de ontem, num jatinho fretado pelo partido. Foi recebido no aeroporto por militantes, prefeitos e vereadores.
Quércia disse que tem sido vítima de uma "campanha sórdida" com o objetivo de "denegrir" sua campanha. "Mas vou receber atestado de idoneidade moral."

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