São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994 |
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Relator diz que Itamar beneficiou 'aventureiros'
XICO SÁ
Nory se refere aos vetos que o presidente fez anteontem no texto da lei. A principal mudança foi a queda da exigência de capacitação técnica das empreiteiras. "Sem aferir a capacidade das empresas, qualquer aventureiro pode ganhar grandes obras, mesmo sem ter condições técnicas de realizá-las", disse Nory. Na opinião do relator da lei, os órgãos públicos podem sofrer prejuízos em contratos que não serão cumpridos. Antes dos vetos, uma construtora que concorresse a uma obra teria que comprovar que, algum dia, já tinha feito pelo menos 50% daquele mesmo tipo de obra. Para construir uma estrada de 500 quilômetros, por exemplo, a empreiteira teria que comprovar a realização de, no mínimo, 250 quilômetros. A mudança feita por Itamar derrubou esse tipo de exigência em uma licitação. As empresas precisam agora apenas comprovar que possuem profisionais capazes de realizar o tipo de obra em concorrência. O presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção), Eduardo Capobianco, discorda de Walter Nory e comemora a iniciativa de Itamar. "Foi uma decisão histórica, um tiro de morte no poder das grandes empreiteiras", disse. Segundo Capobianco, a exigência de capacitação das empresas era apenas uma forma camuflada de manter uma reserva de mercado para as maiores construtoras. Texto Anterior: Telebrás dá aumento ilegal de 20% em URV Próximo Texto: Presidente cria "reserva atenuada" Índice |
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