São Paulo, sábado, 11 de junho de 1994
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ACM espera contar com Sarney

GUSTAVO PATU

GUSTAVO PATU; LUIZ FRANCISCO
ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

LUIZ FRANCISCO
O ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães (PFL) considera que o ex-presidente José Sarney mantém a indefinição de seu apoio, na sucessão presidencial, para se valorizar.
A disputa pelo apoio de Sarney envolve Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fernando Henrique Cardoso (PSDB) –candidato de ACM–, Orestes Quércia (PMDB) e Leonel Brizola (PDT).
"Ele (Sarney) não pode ser candidato, mas está bem nas pesquisas. Todo político tem o direito e o dever de se valorizar", disse o ex-governador.
ACM afirmou manter contatos frequentes com Sarney, de quem quer apoio, mas manteve o sarcasmo para se referir a ele.
"Todo mundo achava antes que ele era feio, tinha bigode, pintava o cabelo. Agora ele está vaidoso, está certo", comentou.
Sobre a suposta negociação entre os sarneyzistas e os petistas, ACM disse que ficaria "muito decepcionado", se essa fosse a opção do ex-presidente.
O líder do PFL afirmou também esperar que o lançamento do real, em 1º. de julho, ajude a campanha de Fernando Henrique Cardoso.
A declaração mostra mudança no tom crítico que ACM vinha mantendo em relação à campanha do candidato tucano.
Até a semana passada, ele dizia que a candidatura estava dependente demais do sucesso do plano.
O ex-governador interrompeu a série de críticas que vinha fazendo à campanha de FHC. "A campanha já decolou", disse, enquanto caminhava no centro de Salvador com o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero.
Apesar da companhia de Ricupero, ACM tratou o Plano Real como uma obra do ex-ministro FHC. "Acredito sinceramente no plano, que vai ser um bom apoio para a campanha", afirmou.
Em fevereiro, antes da aliança entre PFL e PSDB, ACM era um crítico severo do plano –que, dizia, não daria certo. ACM chegou a desafiar publicamente FHC para um debate. "Ele está enganando a nação", acusava.

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