São Paulo, sábado, 11 de junho de 1994
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Itamar pede explicações sobre mortalidade infantil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Itamar Franco pediu ontem um relatório urgente do ministro da Saúde, Henrique Santillo, explicando as razões do crescimento da mortalidade infantil no país. Ele quer também que se apresentem soluções a serem deslanchadas "imediatamente".
Revelado ontem pela Folha, o aumento da mortalidade foi detectado em pesquisa da Pastoral da Criança, da Igreja Católica.
A entidade é dirigida pela médica Zilda Arns, também responsável pelo Departamento Materno-Infantil do Ministério da Saúde.
A Pastoral atende 1,9 milhão de crianças em 1,3 milhão de famílias de baixa renda, espalhadas por 2.068 municípios.
Desde 1989, o índice de mortalidade nessa faixa vinha caindo através de uma campanha de educação das mães. Rapidamente, ficou abaixo da média nacional (54 por mil nascidos) de mortalidade de crianças até um ano.
A curva mudou nos primeiros meses deste ano. A mortalidade média das famílias atendidas pela Pastoral cresceu 15% –ou seja, de 28 por mil para 33 por mil.
Essa subida foi mais acentuada no Nordeste, onde o pulo foi de 38 por mil para 49 por mil, o que significa um acréscimento de 29%.
Esses dados trazem a suspeita de que a situação no país esteja ainda pior: as famílias da Pastoral são acompanhadas individualmente e tomam precauções como aleitamento materno, vacinação e reidratação oral.
O documento da Pastoral já tinha sido entregue ao ministro Henrique Santillo numa reunião do Conselho Nacional de Saúde.
Ali, levantaram-se as hipóteses de que o aumento da mortalidade se deve à seca prolongada, ao cólera e à crise no sistema de saúde.
A denúncia será feita, agora, no Conselho de Segurança Alimentar (Consea), presidido por d. Mauro Morelli, e uma cópia será mandada ao presidente Itamar Franco.

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