São Paulo, sábado, 11 de junho de 1994
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Estudantes saqueiam restaurante da USP

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de cem moradores do Crusp (Conjunto Residencial da USP) invadiram ontem de madrugada o depósito de alimentos do restaurante da universidade, quebraram seis cadeados e levaram cerca de 2,8 toneladas de comida –pelas estimativas da reitoria.
"O pessoal está passando fome por causa da greve", afirma Virgínia Canedo, 22, moradora do Crusp, aluna de ciências sociais e diretora do DCE (Diretório Central dos Estudantes).
O saque foi decidido em uma assembléia de moradores do Crusp iniciada às 23h de anteontem. Ocorreu em torno das 2h.
O vigia José Tenório Silva não conseguiu deter os estudantes. Deois de informar a reitoria, às 2h30, ele registrou boletim de ocorrência no 93º DP (Butantã).
Segundo cinco pessoas presentes, ouvidas pela Folha, a proposta surgiu dos próprios moradores e não das direções das entidades (DCE e Associação dos Moradores do Crusp –Amorcrusp).
"O pessoal das entidades achava que isso poderia prejudicar os grevistas, mas a situação está feia", diz outro morador, Renê da Silva Bastos, 25, aluno de física.
Desde o início da greve dos professores e funcionários da USP, há 27 dias, o restaurante universitário –que cobra CR$ 450 por refeição– não funciona.
O coordenador do Coseas –responsável pelos restaurantes e a assistência social na USP–, Hamilton Corrêa, 40, diz que na primeira semana da greve tentou pôr o restaurante em funcionamento mas que os piquetes impediram.
Segunda-feira será feita uma reunião entre reitoria e cruspianos para discutir a questão. Os estudantes reivindicam que seja dada uma cesta básica enquanto o restaurante não funcionar.
O alimento foi repartido e distribuído pelo DCE e pela Amorcrusp.

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