São Paulo, sábado, 11 de junho de 1994 |
Próximo Texto |
Índice
Para empresas, importação evita alta
MARISTELA MAFEI
Fabricantes e varejistas acreditam que o governo deverá conseguir evitar a remarcação de preços indiretamente, através do chamado efeito psicológico. "A redução das alíquotas facilita a negociação com os fornecedores instalados no país", diz Carlos André de Laurentis, diretor de vendas da Mesbla. A rede já trouxe pneus, lâmpadas e bicicletas por conta de reduções anteriores. As massas terão redução da taxa atual de 37%, para aproximadamente 16%, e somente para o produto trazido do países do Cone Sul (Chile, Uruguai, Paraguai e Argentina). Na prática, o governo está apenas antecipando os termos do tratado do Mercosul, que previa a redução para o final de 1995. Aloysio Quintanilha, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas (Abima) acredita que o setor irá trabalhar no estreito limite para que seus preços não cheguem próximos aos praticados pelos importadores. Atualmente, o quilo do macarrão com ovos é vendido pela indústria por volta de US$ 0,95. O produto argentino, com a alíquota menor, deverá custar US$ 1,20. Para produtos como queijo, leite condensado e creme de leite, cujas taxas de importação foram reduzidas em listas anteriores, existem perspectivas mais otimistas. A Casa Sendas do Rio de Janeiro está conseguindo duplicar a quantidade de queijo e outros derivados de leite importados. Segundo Nelson Sendas, diretor de importação da rede, será possível ofertar queijo tipo prato da Holanda e da Alemanha por 20% menos que custam hoje. A rede aumentou de cinco para dez o número de contêineres trazidos a cada remessa de leite consensado. Foram encomendadas 700 toneladas de queijo, contra 500 t anteriormente. O grupo Pão de Açúcar está avaliando a possibilidade de trazer produtos de higiene pessoal, lâmpadas e pneus. No começo de julho chega às lojas da rede laticínios procedentes da Holanda e da Alemanha. Em relação a carne bovina, não há previsão de importação. "Temos escritórios na Argentina e olheiros no Uruguai, mas não há preços competitivos", afirma André de Fiori, diretor da trading do Pão de Açúcar. Próximo Texto: Setor quer isentar matéria-prima Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |