São Paulo, sábado, 11 de junho de 1994
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Setor quer isentar matéria-prima

MARISTELA MAFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

A redução das alíquotas para produtos de higiene e limpeza é polêmica.
O governo já acenou, em ocasiões anteriores, com a possibilidade de reduzir a taxa do detergente e do sabão em pó, mas recuou.
"Já fizemos várias consultas para trazer sabão em pó, mas o governo até hoje não retirou a alíquota de 10% do produto", diz André de Fiori, da trading do grupo Pão de Açúcar.
João Locozelli, presidente da Associação das Indústrias de Limpeza (Abipla), diz que o setor tem preços competitivos. Mas quer taxa zero também para as matérias-primas
Segundo Locozelli, o governo instituiu, há 15 dias, alíquota de 38% para a normalparafina, uma matéria-prima fornecida no mercado interno exclusivamente pela Petrobrás.
O produto responde por 65% da formação do custo das matérias-primas utilizadas na fabricação do detergente e do sabão em pó.
"Foi tão absurdo que preferimos tratar o assunto como engano, mas até hoje o governo não o reviu", disse Locozelli.
Outra polêmica envolve o abastecimento da lã de aço, tipo Bombril, e da lã sintética, ou esponjaço, fabricado pela 3M.
A 3M é o maior concorrente em potencial do grupo Cragnotti & Partners, dono da Bombril e da Orniex, responsável por 94% das vendas do segmento no país.
Na última lista de redução das alíquotas, o governo incluiu a lã de aço, esperando, com isso, quebrar o monopólio do setor.
Mas a 3M, que importa o Esponjaço, não foi beneficiada, porque o seu produto, importado da matriz nos EUA, é fabricado com lã sintética. "Esperamos que desta vez a lã sintética tenha taxas reduzidas", diz Sergio Duarte, gerente da 3M.
Importadoras tradicionais, como a Federal Discount e a Green Mart, ambas localizadas em São Paulo, já começaram a se movimentar para trazer produtos de higiene pessoal que deverão constar da nova relação.(MM)

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