São Paulo, sábado, 11 de junho de 1994
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Tenor Plácido Domingo vai assumir a direção da Ópera de Washington

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Tenor Plácido Domingo vai assumira a direção da Ópera de Washington
O tenor Plácido Domingo, um dos maiores astros da música lírica mundial, vai ser o diretor artístico da Ópera de Washington.
O anúncio oficial será feito até o final deste mês. O cantor e os administradores da ópera estão acertando os detalhes finais do contrato.
Domingo, 53, vai substituir Martin Feinstein, que tem sido o diretor geral da ópera desde 1980. Mas não vai assumir suas funções administrativas.
Seu trabalho será selecionar repertório, cantores, maestros, figurinistas e coreógrafos e, acima de tudo, levantar fundos para a ópera.
É certo que ele também cantará em pelo menos uma das produções de Washington por ano. A maioria dos críticos acha que Domingo está ainda longe da necessidade de se aposentar.
No máximo, acredita-se, daqui a alguns anos ele poderá voltar a cantar como barítono, o tom de voz com que iniciou sua carreira.
Além de cantar, Domingo tem trabalhado como maestro em uma produção por ano na Ópera de Los Angeles, onde tem o cargo de consultor artístico.
É raro, mas não inédito, um cantor passar à direção de companhias de ópera. A soprano Beverly Sills foi diretora geral da Ópera de Nova York de 1978 a 1988 e o tenor Edward Johnson dirigiu a Met de Nova York em 1940.
Domingo nasceu na Espanha, mas viveu a partir dos 9 anos no México, onde estudou música e estreou no canto lírico em 1961.
Foi o principal tenor da Ópera Nacional Hebraica, em Tel Aviv, de 1962 a 1965, quando estreou em Nova York, cidade que o consagrou como superastaro.
Ele se apresentou pela primeira vez com a Ópera de Washington em 1986, na produção de "Goya", de Gian Carlo Menotti. Em 1988, ele fez a "Tosca" com a companhia que agora vai dirigir.
Sua contratação é interpretada como gesto quase desesperado de James Wolfensohn, presidente do Kennedy Center, mantendora da Ópera, para tirá-la da situação de déficit crônico que já provocou duas greves de músicos nos últimos cinco anos.
Wolfensohn, importante financista de Nova York, é amigo pessoal de Domingo. A Ópera de Washington tem orçamento anual de US$ 11,5 milhões e vende cem mil ingressos por ano. (CELS)

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