São Paulo, domingo, 12 de junho de 1994
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Comunidade já abre espaço para a esquerda

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A comunidade evangélica abandona aos poucos o estigma de conservadora e começa a abrir espaço para lideranças identificadas com a esquerda. O fenômeno mais recente é a criação do MEPS (Movimento Evangélico Popular Socialista), ligado ao PPS, o ex-Partido Comunista Brasileiro.
O MEPS foi aprovado na convenção nacional do PPS e indicou evangélicos para concorrerem a cargos eletivos pelo partido. Um deles é Luís Cavalcante, candidato a deputado estadual em São Paulo.
"O PT é muito ligado à Igreja Católica. Por isso, vim para o PPS", explica Cavalcante. Segundo ele, o PPS tem candidatos evangélicos no Rio e São Paulo.
O aumento de progressistas é explicado como uma reação ao comportamento de evangélicos na Constituinte e durante o impeachment de Collor.
Depois da eleição de Collor, foi criado o MEP (Movimento Evangélico Popular). "Nosso objetivo é incentivar a participação dos evangélicos em movimentos sociais", explica o pastor Robinson Cavalcante, que apóia Lula.
Segundo ele, o MEP estimula a filiação a partidos de esquerda e à CUT (Central Única dos Trabalhadores). O pastor acredita que, nos últimos dez anos, cresceu a preocupação dos evangélicos em participar de movimentos sociais.
O pastor Oneide Bobison, que também apóia Lula, aponta outro fator para o crescimento dos progressistas. "Pastores jovens, que se formaram nos últimos 15 anos, têm preferência por partidos de esquerda e centro-esquerda". (CT)

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