São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 1994
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ACM pede "tolerância" a juízes eleitorais

TALES FARIA
DO ENVIADO ESPECIAL A CANUDOS

O ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães defendeu ontem "maior tolerância dos juízes no que a Lei Eleitoral tornou inexequível" como solução para o o fato de os candidatos estarem repetidamente desrespeitando a legislação.
"Eu sou a favor do cumprimento da lei. Mas esse negócio de fax de que se acusou o candidato do PSDB (Fernando Henrique Cardoso), assim como esse negócio de carro de som do qual foi acusado o candidato do PT (Luiz Inácio Lula da Silva) são bobagens", afirmou.
E acrescentou: "Se me oferecerem, subo onde for. Carro de som da CUT (Central Única dos Trabalhadores), da Força Sindical, ou de quem seja, para falar ao povo."
Lula usou um carro de som do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado a CUT, durante comício em São Bernardo do Campo (SP). Quanto a FHC, a Folha revelou que ele enviou sua agenda através do fax do seu gabinete.
Lula e FHC foram notificados pela Justiça Eleitoral.
Candidato ao Senado pelo PFL da Bahia, ACM participou de comício, a maioria transportada em ônibus cedidos por empresários ou por prefeituras.
A Folha fotografou o ônibus da Prefeitura de Canudos transportando pessoas para o comício.
O prefeito Manoel Adriano Filho (PFL) serviu feijão, farinha e carne para os que vieram das cidades vizinhas. Disse que conseguiu quatro bois com fazendeiros.
"Se você pode alugar um ônibus, por que ele não pode ser cedido? Se alugados, são pagos em bônus cujo dinheiro não vem mesmo do bolso do candidato. E ainda não foram distribuídos os bônus eleitorais", argumentou ACM.
Perguntado se o fato de FHC participar de inaugurações de obras públicas não significava o uso da máquina administrativa, ACM respondeu: "Inauguramos aqui um serviço de águas feito pelo governo do Estado, sim. Coincide com a vinda do candidato porque a população está feliz e eu não vou fazer o comício com a população triste." (Tales Faria)

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