São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 1994 |
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Ossos comprovam doença de escritor Cientista estuda dores do romancista Richardson DA "NEW SCIENTIST" Um dos fundadores do romance moderno, o escritor britânico Samuel Richardson (1689-1761), era injustamente considerado um hipocondríaco.O exame de seu esqueleto, realizado mais de dois séculos após sua morte, mostra que o escritor tinha todos os motivos para reclamar da saúde: ele sofria de uma dolorosa doença óssea. Seu segundo romance, }Clarissa, valeu-lhe a reputação de escritor refinado. Várias cartas de Richardson a seu médico, George Cheyne, a de hipocondríaco. O escritor costumava se queixar da saúde ao longo de toda a vida. Quando morreu, em 1761, seu corpo foi enterrado na igreja de St. Bride, em Londres. Durante a Segunda Guerra, a igreja foi bombardeada e, antes de ser reconstruída, mais de 200 caixões foram retirados dela para pesquisas. Os pesquisadores não perceberam que estavam com o caixão de Samuel Richardson até dois anos atrás. A cientista Louise Scheuer, da Escola de Medicina do Hospital Real Livre, em Londres, examinou o esqueleto do escritor britânico e descobriu que ele tinha problemas nos ossos. Segundo Scheuer, Richardson sofria de uma doença em que o osso cresce em torno das juntas, conhecida como hiperostose esquelética idiopática difusa. A doença ataca principalmente ossos da pélvis, pés, joelhos e também dos cotovelos. Reunindo os escritos de Richardson a dados a respeito de seu esqueleto, Scheuer conseguiu desvendar os sofrimentos por que passava o escritor. Em 1755, ele dizia em uma carta: }Escrever tem sido doloroso para mim: muitas vezes tenho sido totalmente incapaz de escrever. Scheuer descobriu, por sua vez, um crescimento particularmente grande em um dos ossos da mão esquerda de Richardson. }Isso sem dúvida limitou a extensão do pulso, escreveu a pesquisadora em artigo na revista da Sociedade Real de Medicina do Reino Unido. No ano seguinte, 1756, Richardson se queixava de dores nos dentes: }Meus dentes estão me tirando do sério, escreveu o autor de }Clarissa. Segundo Scheuer, o aspecto mais notável do crânio eram as condições horríveis em que estava a boca: havia apenas sete restos de dentes. Mal de Parkinson Mais tarde, o escritor se queixou de sofrer }ataques e tremedeiras. As descrições foram consideradas provas de que Richardson tinha o mal de Parkinson, que provoca tremores. A cientista britânica afirmou ser impossível confirmar isso, pois essa doença não se manifesta no esqueleto. Os caixões de chumbo encontrados na igreja de St. Bride foram todos marcados com nomes e idades. Embora as informações sobre os restos não sejam tão abundantes quanto no caso de Richardson, apenas as idades e os sexos representam um recurso valioso, diz Scheuer. }É a única coleção permanente documentada no Reino Unido e é importante, já que temos algo com que comparar restos que não estão documentados, afirmou a pesquisadora. Texto Anterior: Sindicato dos Metalúrgicos de SP suspende pagamento ao Dieese Próximo Texto: Lula discute com segurança Índice |
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