São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 1994
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Cade intensifica avaliação de 800 processos e promete aplicar a lei

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo começou ontem a se movimentar no sentido de fazer cumprir a nova lei antitruste, que coíbe o abuso do poder econômico e permite a prisão preventiva de empresários.
A lei foi votada na semana passada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.
O presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Ruy Coutinho, afirmou ontem que está agilizando a apreciação dos 800 processos já existentes.
Porém, estes processos terão de ser julgados pela legislação anterior, pois a nova lei antitruste não é retroativa.
Segundo Coutinho, os setores priorizados pelo governo são a indústria farmacêutica, as grandes redes de supermercado, as escolas particulares e os planos de saúde.
Denúncia
A denúncia tem de ser feita por escrito e nela o queixoso deve requisitar a abertura de um processo administrativo contra a empresa –seja ela pública ou privada.
O secretário de Direito Econômico, Rodrigo Janot, afirmou, porém, que a SDE e o Cade "não vão sair prendendo empresários".
Ele disse que estas duas entidades podem pedir ao Ministério Público a abertura de processo criminal contra o abuso de poder econômico.
"Se o promotor oferecer denúncia ao juiz e este achar que a prisão é conveniente, aí ela acontecerá. O Cade e a SDE não têm poder para prender", afirmou Janot.
Fiesp
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) já se manifestou contra à nova lei.
Segundo o presidente da entidade, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, a Fiesp pode até mesmo entrar na Justiça contra a legislação recém-aprovada.
A intenção da Fiesp é fazer com que a Justiça declare a inconstitucionalidade da lei antitruste.
Colaborou a Redação

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