São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 1994
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Juro do over sobe para seguir inflação

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Juro do over sobe para acompanhar a inflação
Banco Central vende dólar em espécie para tentar segurar alta no mercado paralelo; Bolsas operam em baixa
O Banco Central (BC) elevou ontem a taxa do overnight (negócios por um dia entre instituições financeiras) de 57,47% para 57,69% ao mês, segundo a Andima.
Foi um ajuste à expectativa de inflação maior para junho embutida na URV, que passou de 44,90% para 45%.
O índice de custo de vida divulgado ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas ficou também acima da expectativa do mercado.
A divulgação de informações sobre inflação maior em junho e movimentos especulativos produziram queda nas cotações ontem nas Bolsas.
As altas e baixas no mercado acionário devem estar associadas nos próximos dias também ao vencimento do índice Bovespa futuro amanhã e ao mercado de opções no dia 20.
A elevação da taxa do over pelo Banco Central teve o efeito também de facilitar a venda de Letras do Banco Central hoje. As LBCs são corrigidas pela taxa do over e a autoridade monetária dá uma demonstração de que está acompanhando a inflação.
O Banco Central anunciou ontem para as mesas de câmbio que estava vendendo dólares em espécie.
A expectativa do Banco Central é ir reduzindo o ágio do paralelo com a venda dos dólares.
A avaliação do BC é que está havendo uma escassez "artificial" através da retenção de dólares pelos cambistas. Isso estaria contribuindo para a alta nas cotações da moeda norte-americana no paralelo.
Para vender os dólares em espécie o Banco Central estava ontem com cotação 0,5% acima da Unidade Real de Valor.
O Banco Central está realizando importações de dólares em torno de US$ 100 milhões para atender à procura pelo papel norte-americano.
O Banco Central realizou ontem um leilão de compra e outro de venda no comercial e três leilões de venda no flutuante.
O ágio (diferença entre o dólar comercial e paralelo) subiu de 1,93% na sexta-feira para 1,99% ontem.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 1,6720% no dia 9. Segundo a Andima, a taxa do over média ficou em 57,69% ao mês, significando rendimento diário de 1,92%, projetando rentabilidade de 48,88% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros variaram entre 57,89% e 57,93% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem dia 14 rendem 44,5391%. As taxas dos CDBs de 30 dias indexados à Taxa Referencial variaram entre 8% e 14% ao ano. As taxas dos CDBs em URV variaram entre 45% e 55% ao ano.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: média de 58,12% ao mês, segundo a Andima. Para 30 dias (capital de giro): entre 46% e 56% ao ano em URV.

No exterior
Prime rate: 7,25% ao ano. Libor: 4,8125%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 2,4%, fechando com 29.469 pontos e volume financeiro de CR$ 343,313 bilhões, contra CR$ 414,85 bilhões no pregão anterior. Rio: baixa de 0,4% (I-Senn), fechando com 116.992 pontos e volume financeiro de CR$ 189,88 bilhões, contra CR$ 41,54 bilhões no dia anterior.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.783,12 pontos, com alta de 9,67 pontos. O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou com 2.385,30 pontos, com queda de 33,80 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 21.552,81 pontos, com alta de 157,63 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 2.157,15 (compra) e CR$ 2.157,17 (venda). Na última sexta-feira, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 2.119,18 (compra) e CR$ 2.119,20 (venda). "Black": CR$ 2.170,00 (compra) e CR$ 2.200,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 2.125,00 (compra) e CR$ 2.135,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 2.105,00 (compra) e CR$ 2.145,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,5%, fechando a CR$ 26.470,00 o grama na BM&F, movimentando 2,06 toneladas de ouro.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres a libra foi cotada a US$ 1,5188, contra US$ 1,5090 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,6498 marco alemão, contra 1,6675 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 103,67 ienes, contra 104,07 ienes. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 383,30, contra US$ 383,60 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para junho fechou em 47,65%.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para junho ficou em 41,89%.
O índice Bovespa futuro em URV fechou a 14,70 pontos, projetando rentabilidade de 2,32% ao mês.

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