São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 1994 |
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Teens vêem "soccer" pela primeira vez
JOÃO MÁXIMO
Garotas estranham 'poucos gols' A loura Debbie e a morena Yamia podem ser diferentes na cor dos cabelos, mas têm muito em comum: são ambas de Fresno, cursam o penúltimo ano ginasial da Clovis West School, têm 15 anos, são muito bonitas e viram ambas, domingo, com Brasil x El Salvador, seu primeiro jogo de futebol. Ou melhor, de "soccer". Levadas por dois colegas, ambos já iniciados no esporte, Debbie e Yamia enfeitavam a ensolarada arquibancada do estádio Bulldog com a mesma perplexidade que um dia Nélson Rodrigues descobriu numa estreante de Maracanã: "Quem é a bola?", pareciam perguntar. O esporte de Debbie é o basquete. Ela já sabia que as brasileiras eram as novas campeãs mundiais. Yamia prefere o outro futebol, do qual, aliás, havia balizas por trás das metas de Zetti e Menendez. "É um jogo bem mais viril", justificou. "E tem mais gols" (àquela altura, o Brasil vencia por 2 a 0). Perguntada sobre qual jogador brasileiro mais a impressionara (por suas qualidades técnica), respondeu: "Os 11". Debbie disse não ter reparado muito no jogo. No mesmo caso estava outra jovem que, aproveitando a sombra de uma tábua improvisada como mesa, dormia profundamente. A bola rolava no campo e a moça, deitada sobre o cimento quente, ressonava. Meio sem jeito, o marido, explicava: "Ela só veio me acompanhar. Detesta qualquer esporte, mas não me larga". O que não era o caso de Debbie e Yamia. Os dois colegas não eram namorados, de modo que a ida ao Bulldog devia-se, mesmo, à curiosidade: "Disseram-me que havia aqui um campeonato mundial, mas só pela manhã eu soube que este jogo não valia", disse Debbie. Já que os acompanhantes eram mesmo colegas, as duas não hesitaram em eleger os mais bonitos em campo. Para Debbie, Leonardo. Para Yumia, "aquele pobrezinho que saiu machucado (Ricardo Gomes)". E como as duas, vencidas pelo calor (ou pelo jogo), saíram no começo do segundo tempo, nem repararam em Raí. Texto Anterior: Fifa dá a palavra final nos cortes Próximo Texto: Para "espião" brasileiro, Camarões é o mais fraco Índice |
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