São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 1994
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Governo perde no Reino Unido e na Espanha

SÉRGIO MALBERGIER
DE LONDRES

Os governos do Reino Unido e da Espanha sofreram as piores derrotas nas eleições para o Parlamento Europeu, encerradas ontem.
O Partido Conservador britânico obteve 18 cadeiras (contra 32 nas eleições de 1989). O Partido Socialista espanhol ficou com 22 (contra 27 em 1989).
O Partido Popular espanhol (oposição) ficou com 28 cadeiras no Parlamento Europeu e obteve 40% dos votos, contra 30% dos socialistas.
Os espanhóis usaram as eleições européias para protestar contra o desemprego e os escândalos de corrupção envolvendo o governo de Felipe González.
O primeiro-ministro sugeriu que pode convocar eleições gerais antecipadas.
Já o premiê britânico, John Major, ficou aliviado com o tamanho da derrota de seu partido.
Algumas pesquisas apontavam que os conservadores poderiam eleger menos de dez cadeiras, o que ameaçaria a posição de Major.
Ainda assim, o desempenho do partido foi o pior de sua história em eleições nacionais, com apenas 27% dos votos.
O Partido Trabalhista ficou com 44% dos votos e 62 cadeiras. O Partido Liberal Democrata pela primeira vez conseguiu eleger eurodeputados, ficando com duas cadeiras e 16% dos votos.
Major, confiante de que o resultado vai desencorajar desafios à sua liderança, disse ontem que pretende estar à frente do partido até as eleições gerais, que devem ser convocadas até 1997.
"Os resultados foram muito ruins", admitiu Major. Mas o premiê disse que a retomada do crescimento econômico vai garantir a vitória dos conservadores nas próximas eleições gerais.
Já os trabalhistas acham que o avanço no pleito europeu, com vitórias em redutos de classe média historicamente conservadores, sinaliza tendência que vai assegurar sua volta ao governo, em mão dos conservadores desde 1979.

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