São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 1994
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Regras mudam pouco em 120 anos

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O futebol, no início, não tinha impedimento, goleiro, substituições, nem números nas camisas. Apesar disso tudo, esse é um dos esportes que menos mudou desde sua criação, há cerca de 120 anos.
As maiores mudanças no esporte aconteceram até a década de 20, quando só era disputado em nível estadual no Brasil e em nível nacional em alguns países da Europa.
Desde a primeira Copa do Mundo, em 1930, as mudanças foram mínimas. Houve mais alterações de 1990 para cá do que entre 1930 e 1990.
Nesse período de 60 anos, das três mudanças importantes, duas tiveram função de comunicação: a numeração das camisas e os cartões amarelo e vermelho.
A numeração nas camisas surgiu na década de 40.
Um dos primeiros times a se apresentar no Brasil com números nas camisas foi o Arsenal inglês, no final dos anos 40.
A moda pegou logo e já na Copa de 50 todos as seleções, pela primeira vez, jogavam com camisas numeradas. Essa medida facilitava a identificação do jogador pelo juiz, pelo público e pela imprensa.
Nos anos 70, os números dos jogadores passaram a ser exibidos também no lado direito dos calções. Nesta década, ele ganhou o meio do peito das camisas.
Para esta Copa, a identificação deu um salto com a inscrição dos nomes dos jogadores nas costas, como já se faz em todos os principais esportes dos Estados Unidos: futebol americano, beisebol, basquete e hóquei sobre o gelo.
Os cartões surgiram na Copa de 1970. Criados para evitar que os juízes ficassem falando com os jogadores (o que era impraticável em jogos internacionais), eles foram cercados de muita desinformação no início.
Alguns meses antes da Copa, os jornais falavam em "discos" que eram acoplados a pequenos bastões para o juiz segurar, algo como um abanador de papel.
A outra alteração foi a permissão de substituições. Até o final dos anos 60, nenhum jogador podia entrar no meio do jogo, mesmo que um titular ficasse gravemente machucado.
Na decisão do Campeonato Paulista de 1946, o zagueiro são-paulino Armando Renganeschi se machucou na final contra o Palmeiras.
Para não desfalcar o time, ficou em campo mancando, isolado na ponta esquerda. No fim, fez o gol do título. (Marcelo Damato)

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