São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 1994
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POR UMA LINHA

DA REDAÇÃO

Existe um limite sutil para o grito de gol: quando a bola entra pela metade, ou passa muito perto da linha.
Para a regra do futebol, não há dúvida. Só é gol quando toda a bola entrar.
Fora isso, só a dúvida causada pelo olho humano, na hora do lance.
Um erro de interpretação já influenciou o resultado de uma Copa do Mundo. Em 1966, a Inglaterra disputava a final contra a Alemanha. Os ingleses já haviam sido beneficiados na Copa –haviam, por exemplo, feito todos os jogos em Wembley, o estádio da final.
No início da prorrogação –o tempo normal terminara 2 a 2– Hurst chutou da entrada da área. A bola encobriu o goleiro alemão, bateu no gramado, fora do gol e se afastou das traves.
O juiz suíço Gottfried Dienst, entretanto, apontou o gol inglês. Os ingleses acabaram vencendo por 4 a 2 e foram campeões.
Outro caso polêmico, mas de maneira inversa, aconteceu na Copa de 86, no México. Brasil e Espanha estreavam, e até aquele momento, 7min do segundo tempo, empatavam em 0 a 0. Uma forte chute do espanhol Michel, de fora da área, venceu o goleiro Carlos, bateu no travessão e caiu dentro do gol, saindo em seguida.
A bola toda entrou pelo menos 15 cm, conforme se veria depois em videotapes, mas o juiz australiano Cristoph Bambridge não deu. Nove minutos depois, o meia Sócrates, do Brasil, fez o único gol validado do jogo.

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