São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 1994
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Stanford põe grade ao redor do gramado

MAURICIO STYCER
ENVIADO ESPECIAL A PALO ALTO

O estádio de Stanford, onde o Brasil estréia segunda-feira na Copa contra a Rússia, começou ontem a ser inteiramente gradeado.
A cerca tem 1,80 metro de altura. Visa a impedir que o estádio seja invadido por torcedores antes, durante ou depois das partidas.
Stanford vai sediar seis jogos ao longo da Copa. Além de Brasil e Rússia (dia 20), Brasil e Camarões (dia 24), Suíça e Colômbia (26), Rússia e Camarões (28), uma partida pelas oitavas-de-final (dia 4 de julho) e uma pelas quartas (10).
Os estádios norte-americanos normalmente não têm cerca separando os torcedores dos jogadores.
Devido a informações recebidas do exterior sobre os hábitos violentos dos torcedores de futebol, algumas sedes de jogos da Copa decidiram gradear os estádios.
A Fifa, entidade que coordena o futebol mundial, pediu a essas cidades –San Francisco (Stanford), Dallas e Washington– que evitassem colocar grades nos campos.
A Fifa argumentou duas coisas:
1. Como os norte-americanos não estão acostumados com grades, elas acabariam assustando os torcedores locais, com a impressão que o futebol causa violência.
2. Em alguns tumultos entre torcedores ocorridos em estádios na Europa, nos anos 80, as cercas de proteção acabaram causando mortes, pois pessoas foram prensadas contra elas pela multidão.
No último domingo, em Fresno, onde o Brasil disputou um amistoso contra El Salvador, houve tumulto. O Bulldog Stadium, onde ocorreu a partida, não é gradeado e foi invadido ao final por torcedores brasileiros.
A polícia interveio e acabou agredindo tanto jornalistas quanto torcedores.
Gramado
Em comunicado à imprensa divulgado ontem, Peter Bridgewater, diretor-executivo da chave de San Francisco, afirmou que está "confiante" em relação ao estado do gramado.
Uma área de 54 metros de comprimento por 18 metros de largura foi inteiramente replantada anteontem em Stanford. O fato foi a segunda notícia mais importante sobre futebol no jornal "USA Today".
"É um procedimento não usual, mas temos alguns dos melhores agronomistas do país trabalhando conosco e estamos confiantes que o gramado estará em boa forma na próxima segunda-feira", disse Bridgewater.

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