São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 1994
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Márcio Santos começou no vôlei

FERNANDO RODRIGUES
DO ENVIADO ESPECIAL

O zagueiro Márcio Santos, 24, é o mais cotado para assumir a vaga deixada por Ricardo Gomes no time titular da seleção brasileira.
Embora Parreira tenha preferência pessoal por Aldair, é para Santos que a vaga de titular deve acabar sendo entregue.
Aldair está sentindo dores musculares e não terá condições de estrear contra a Rússia.
Márcio Santos joga hoje no Bordeaux, da França. Começou sua vida como atleta jogando vôlei, no Banespa. Como jogador de futebol, foi dispensado pelo São Paulo.
Enquanto o técnico Carlos Alberto Parreira anunciava ontem que ele deve ser o titular contra a Rússia, Márcio Santos falou à Folha na entrada do hotel Villa Felice, onde está concentrada a seleção.
A seguir, os principais trechos da entrevista:

Folha - Quem é o seu companheiro de quarto na concentração?
Santos - É o Ricardo Rocha e isso é muito bom. A gente sempre discute sobre o que acontece na partida. No caso do jogo contra El Salvador quase não tivemos problemas.
Folha - Você conhece os jogadores da Rússia?
Santos - Eu conhecia os titulares, mas eles acabaram não vindo com esse time. Dos que vieram aí, não sei o nome de ninguém.
Folha - Como você descreveria a sua principal característica?
Santos - Sou muito bom para fazer antecipações. E gosto muito da função de fazer cobertura. Acho que esses são o meu forte, junto com a velocidade. Na várzea eu sempre joguei como atacante. Na seleção já fiz quatro gols.
Folha - Como foi o início de sua carreira?
Santos -Eu estudava no Colégio São Vicente de Paula, em Capão Redondo (Santo Amaro, zona sul de São Paulo) e o meu professor de educação física me convidou para treinar vôlei no Banespa.
Folha - Quando foi isso?
Santos - Foi em 84. Eu tinha 14 anos. Estou hoje com 24 e faço 25 em 13 de setembro. Mas joguei vôlei só um ano. Acho que foi bom porque sempre tive uma impulsão muito boa. No Bordeaux, minha impulsão no começo do ano chegou quase a 80cm e foi a maior do time.
Folha - Depois do Banespa, quais foram os seus times?
Santos - Joguei no Nacional em 85. Jogava no meio-campo. Em 86, fiquei até agosto no São Paulo. Mas o treinador das divisões inferiores, o Carlinhos Magalhães, gostava mais do Ivan (hoje jogando na Espanha) e me dispensou. E em 87 fui para o Novorizontino. Saí em 90 para o Internacional e em 92 joguei o Brasileiro pelo Botafogo. Depois, fui jogar na Europa.
Folha - Sua família é de São Paulo mas mora hoje no Rio Grande do Sul. Por quê?
Santos - Quando eu fui para o Inter, comprei um posto de gasolina para o meu pai cuidar. Mas dava muito trabalho e hoje a gente tem uma concessionária de automóveis.
Folha - Quando você soube do corte de Ricardo Gomes?
Santos -A gente ficou sabendo hoje (ontem) de manhã. Foi muito chato. Eu sei que está sendo duro para ele, ser cortado na véspera da Copa. Mas a vida continua.

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