São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 1994
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EUA preparam as sanções contra Coréia

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

O presidente dos EUA, Bill Clinton, deve começar a examinar hoje uma minuta da resolução que o Conselho de Segurança da ONU poderá votar para impor sanções à Coréia do Norte.
Clinton deve se encontrar hoje com a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Madeleine Albright, para examinar o documento, que contém uma série de sanções contra Pyongyang.
Inicialmente estão sendo programadas medidas consideradas "leves", como retirada da Coréia do Norte de organizações internacionais, fim da assistência técnica em várias áreas e cancelamento de intercâmbios culturais.
Se o país insistir em não autorizar amplas inspeções em todas as suas instalações nucleares e não voltar a fazer parte da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, da ONU), de onde anunciou sua retirada na segunda-feira, as sanções entrariam em uma segunda fase, mais dura.
No limite dessa segunda fase, todo o comércio internacional com o país seria banido e mesmo os norte-coreanos vivendo fora da Coréia do Norte (somente no Japão existem 250 mil) ficariam proibidos de fazer remessas de dinheiro para suas famílias.
A Coréia do Norte voltou a ameaçar fazer guerra contra os países-membros do Conselho de Segurança da ONU e contra a Coréia do Sul, caso as sanções sejam aprovadas. A China, integrante do CS, é contra sanções.
A porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, Kathleen DeLaski, disse que os EUA estão "procurando uma forma de reagir às ameaças norte-coreanas".
Ela não confirmou se os EUA já estariam tomando medidas concretas para reforçar sua posição na região, adicionando mais soldados aos 37 mil militares que o país mantém na Coréia do Sul.
Ontem, dois porta-aviões norte-americanos rumaram em direção ao Pacífico para exercícios militares. DeLaski recusou-se a comentar se os navios seriam usados em uma operação de segurança contra as ameaças da Coréia do Norte.
O ex-presidente Jimmy Carter (1977-81) segue hoje de Seul, na Coréia do Sul, para Pyongyang, na Coréia do Norte, para encontrar-se com o presidente Kim Il-sung.
Embora visita não tenha caráter oficial, Carter estaria intercedendo para reduzir a tensão na região.

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