São Paulo, sábado, 18 de junho de 1994
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Lula faz promessa a sem-terra e desdiz PT

CARLOS EDUARDO ALVES
ENVIADO ESPECIAL A TEODORO SAMPAIO

Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que em suas conversas com os dirigentes do Movimento dos Sem-Terra têm insistido numa frase: "Com uma canetada só eu vou dar tanta terra que vocês não vão conseguir ocupar".
A afirmação do candidato do PT à Presidência foi feita num comício para cerca de 600 pessoas na fazenda Santa Clara, em Teodoro Sampaio (SP), que tem 293 famílias assentadas legalmente.
A fazenda fica na região do Pontal do Paranapanema, área com maior número de disputas pela posse da terra em São Paulo.
A promessa de Lula não bate com a previsão de José Graziano da Silva, o especialista do PT em reforma agrária.
Graziano calcula que no primeiro ano de um eventual governo petista só serão possíveis aproximadamente 60 mil assentamentos.
Esse benefício seria restrito às famílias que estão acampadas em beira de estrada e a posseiros que ocupam áreas indígenas.
Saudado na chegada pelos gritos de "Lula presidente", o candidato do PT visitou uma plantação com 500 hectares de feijão.
A fazenda, invadida em 91, tem 1.100 hectares. A posse provisória foi concedida aos invasores em 92.
"Isso daqui mostra que com um mínimo de oportunidade o trabalhador rural dá um salto de qualidade", afirmou o candidato.
Durante o dia, Lula aventou a possibilidade de tentar restringir a criação de gado em grandes áreas.
"Estão exagerando. O gado podia ser criado confinado, e a área que hoje serve de pasto poderia ser utilizada para plantação", disse.
O candidato reclamou da manchete da edição de ontem da Folha que anunciava a pesquisa do Datafolha sobre sucessão presidencial.
O título criticado é: "FHC se mantém como anti-Lula". "O engraçado é que eu estou em primeiro e a manchete é do Fernando Henrique Cardoso", disse.

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