São Paulo, sábado, 18 de junho de 1994
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Para Itamar, suspeita é "palhaçada"

DAS SUCURSAIS DO RIO E BRASÍLIA

O presidente Itamar Franco definiu como "palhaçada" a notícia de que legistas colombianos suspeitam que a morte de seu sobrinho e secretário, Ariosto Franco, pode ter sido causada por drogas, medicamentos ou veneno.
A declaração do presidente foi dada às 10h30, na portaria do Hotel Glória ( zona sul do Rio), onde está hospedado desde anteontem.
Ariosto Franco morreu ao 36 anos, em Cartagena (Colômbia), na quarta-feira. A causa oficial da morte foi infarto. Franco integrava a comitiva brasileira na 4ª Conferência Ibero-Americana.
O presidente se recusou a falar mais sobre os exames colombianos. Respondeu com uma frase às perguntas: "Não respondo a palhaçada".
Ontem, o diretor do Instituto Médico Legal de Cartagena, onde está sendo feito o exame das vísceras de Ariosto recuou e disse que o procedimento "é rotineiro".
O diretor, Germán Vanega, tinha declarado aos jornais brasileiros que o exame toxicológico das vísceras só é feito "quando no exame do corpo é encontrado algo que mereça confirmação".
Pelo telefone, Vanega disse que as notícias publicadas sobre a investigação da presença de drogas, remédios ou veneno no corpo de Ariosto "são conjecturas dos jornalistas brasileiros".
O assessor de imprensa da Presidência, Fernando Costa, disse que foi o governo brasileiro que pediu a realização de uma autópsia minuciosa. Segundo Costa, a medida visou "evitar qualquer tipo de especulação".
Dentro de oito dias, afirmou Costa, o governo brasileiro receberá dos legistas colombianos os resultados completo da autópsia.
Depois de dar a declaração no Hotel Glória, Itamar foi visitar a família de seu irmão, Augusto Franco, pai de Ariosto.
O secretário-geral da Presidência, Mauro Durante, pediu aos jornalistas para não acompanharem Itamar no trajeto entre o hotel e a Barra da Tijuca (zona sul), onde fica a casa de Augusto Franco.
"É uma visita absolutamente pessoal. É um direito do cidadão de se recolher à família após perder um ente querido. Nem eu vou com ele", afirmou Durante.
Os jornalistas não atenderam o pedido do secretário-geral, e seguiram o Omega que levou Itamar até a Barra.
Mudança
A morte do sobrinho Ariosto levou Itamar a antecipar sua saída do Palácio da Alvorada, onde reside desde 14 de junho do ano passado. O sobrinho morava com Itamar no Alvorada.
Ontem, assessores de Itamar no Rio disseram que Itamar poderia voltar ainda hoje para a casa que ocupava na antiga Península dos Ministros, no Lago Sul de Brasília. Itamar deve sair do Rio às 10h de hoje.

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