São Paulo, sábado, 18 de junho de 1994
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Ministro nega congelamento e confisco na estréia do real

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em pronunciamento ontem em rede de rádio e TV o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, afirmou que o governo não vai "mexer na poupança nem congelar nada" após a implantação do real.
"Não vai haver nenhum choque, nenhuma violência. Não há confisco nem ameaças", disse.
O pronunciamento foi gravado pela manhã, no Palácio do Planalto. A versão que foi ao ar durou 8 minutos e 20 segundos. O ministro gastou 40 minutos para fazer a gravação.
Ricupero gravou na segunda tentativa. A primeira foi interrompida por causa do estouro de uma lâmpada de um dos refletores.
Segundo o ministro, não há motivos para tirar o dinheiro da poupança –principalmente para comprar dólar ou para "sair queimando suas economias por aí".
Ricupero aconselhou a população a investir na caderneta de poupança. "Com o real, a poupança será uma aplicação ainda melhor", afirmou.
O pronunciamento foi ao ar às 13 horas. Ricupero quis falar prioritariamente às donas de casa.
Ele insistiu para que não sejam emitidos cheques em real antes de 1º de julho. Ricupero fará outros pronunciamentos até o fim do mês.
"A conversão não é só retirar três zeros. Vai ser preciso dividir os cruzeiros reais pela taxa que será fixada para o dia 1º de julho", explicou.
O ministro recomendou também cuidado nas compras a prazo. "Alguns inescrupulosos estão cobrando prestações altíssimas em real, fazendo de conta que a inflação não vai cair."
Ricupero disse que a troca de moeda é uma "tarefa séria demais para ser feita com improvisação" e que o governo precisou criar as condições mínimas para que o real seja uma moeda forte.
Segundo o ministro, o governo equilibrou as contas públicas e guardou "boas reservas" em dólar para "garantir o real e segurar os preços no mercado interno".
Ele ressaltou que o governo está tentando esclarecer dúvidas da população. O programa de rádio "A Voz do Brasil" estará respondendo diariamente essas questões.

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