São Paulo, sábado, 18 de junho de 1994
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Grupo rouba albumina avaliada em CR$ 522 mi

DA SUCURSAL DO RIO

Um roubo de albumina do Instituto Santa Catarina (ISC) pode colocar à venda 5.750 frascos do produto sem condições adequadas de qualidade.
O alerta é do diretor do ISC, Carlos Ponecker. A albumina foi roubada na quarta à noite, da fábrica do ISC, em Jacaré (zona norte). Este é o segundo roubo de albumina no ISC em um ano.
Oito homens armados com metralhadoras entraram na fábrica, renderam os funcionários e levaram todos os frascos do produto.
Um frasco com 50 ml custa US$ 40 –um salário mínimo equivale a US$ 65. Os 5.750 frascos roubados valem US$ 230 mil (CR$ 522,1 milhões).
Segundo Ponecker, os frascos estavam em quarentena, uma fase de repouso para verificar alterações no produto.
A albumina não havia sido identificada e rotulada. Só depois disso seria liberada para a venda.
"Tememos que os assaltantes coloquem rótulos falsos e vendam o produto", afirmou Ponecker.
A albumina estragada pode provocar reações como febre, calafrios, náuseas, vômitos, e até um choque anafilático –reação de incompatibilidade no receptor da proteína– com risco de morte.
O ISC é um dos dois únicos produtores nacionais de albumina. Segundo Ponecker, detém 25% do mercado. O produto é vendido para vários Estados brasileiros.
A maior parte da produção é vendida para hospitais de São Paulo, como o Hospital das Clínicas, a Beneficiência Portuguesa e o Hospital 9 de Julho.
Ponecker disse que só um técnico reconhece a olho nu a albumina fora do padrão de qualidade. "Um leigo é enganado facilmente", afirmou.
Segundo ele, a albumina pode apresentar alterações de cor –que varia do verde ao amarelo âmbar, num produto de boa qualidade– e precipitações dentro do frasco.
Os compradores também devem estar atentos para a embalagem. Segundo Ponecker, é preciso verificar a tampa, a rolha, a bula e a existência do conta-gotas indicado.

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