São Paulo, sábado, 18 de junho de 1994
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Alemanha vence e quebra tabu

MATINAS SUZUKI JR.
ENVIADO ESPECIAL A CHICAGO

A Alemanha, atual campeã mundial, começou com marcha triunfal a sua participação na 15ª Copa do Mundo de Futebol.
Ontem, no estádio de colunas dóricas gregas Soldier Field, em Chicago, Illinois, ela venceu a Bolívia por 1 a 0 (pelo Grupo C) e quebrou uma tradição de 20 anos.
Desde que foi instituído, em 74, o sistema segundo o qual a equipe vencedora da Copa anterior faz o jogo de abertura da Copa seguinte, o campeão não ganhava este jogo.
A seleção alemã só não mudou a escrita que reza que o primeiro jogo tem poucos gols. Mas, em compensação, exibiu um futebol sólido, consistente e, em muitos momentos, bastante agressivo.
Foi um bom jogo para o padrão das partidas inaugurais de Copa. A festa de abertura também agradou, até porque tiveram o bom senso de programá-la para curta duração.
A pérola negra Diana Ross fez o que pôde para um show de abertura. Mas sob um calor de 28 graus Celsius, às 13h30 (hora local), ninguém pode pedir empolgação.
Vieram ao estádio 63.117 pessoas. Estavam programadas 62 mil. A divisão respeitou a nova ordem mundial. Alemães nos lugares caros, bolivianos nos baratos.
O brasileiro João Havelange, saudado aqui como o mais poderoso homem do esporte do mundo, reeleito como presidente da Fifa, discursou em espanhol.
O presidente dos EUA, que assistiu o jogo junto com o chanceler alemão, Helmut Kohl, e do presidente boliviano, Gonzalo Sánchez de Lozada, foi vaiado.
Já o hino nacional americano, que hoje em dia quase todo o mundo sabe de orelhada, foi ovacionado. Todo mundo sabe reconhecer que cava a sua oportunidade aqui.
Foi a tarde dos Jurgens da Alemanha. O Klinsmann (18, joga no Mônaco, da França) fez o primeiro gol desta Copa e o único do jogo, aos 15min do segundo tempo.
Jurgen Kohler (4, da Juventus italiana) levou o primeiro cartão amarelo da Copa, aos 7min. Luís Ramallo (18, do Oriente Petrolero, da Bolívia) deu o pontapé inicial.
A grande esperança boliviana, Marco Etcheverry (10, do Colo Colo, do Chile), deve ter batido um recorde: entrou aos 33min do 2º tempo e foi expulso ao 36min.
A Alemanha começou pressionando fortemente a Bolívia. Entrou ofensiva, com três jogadores no ataque: Klinsmann (número 18), Riedle (9) e Moeller (7).
Até os 15 minutos o jogo foi surpreendentemente veloz. Depois a Alemanha cedeu ao calor. Seus jogadores se cansaram e perderam a concentração no jogo.
No segundo tempo, refeitos, com o líbero Lothar Matthaeus (10, do Bayern de Munique) mais solto, os alemães marcaram logo e resolveram o jogo.

LEIA MAIS sobre a abertura da Copa nas páginas 8 a 10

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