São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Dedução de imposto serviu de incentivo

DE WASHINGTON

Os fundos de pensão foram introduzidos nos EUA em 1875 pela American Express Company –na época uma empresa de fretes.
Mas só na década de 20 é que eles se tornaram lugar-comum, em especial depois que uma lei de 1926 deu dedução de Imposto de Renda (IR) às contribuições. Em 1929, cerca de 15% dos trabalhadores estavam cobertos por eles.
Também no início do século, os sindicatos começaram a organizar os seus próprios fundos. Em 1929, cerca de 20% dos trabalhadores sindicalizados estavam cobertos por esses fundos sindicais.
Muitos dos fundos de pensão pioneiros foram engolidos pela crise de 1929.
Só durante e depois da Segunda Guerra Mundial, com o boom econômico dela decorrente, é que os fundos voltaram a crescer. Como o IR sobre o lucro das empresas pulou para um máximo de 80% em 1946, a possibilidade de conseguir dedução para as contribuições motivou as grandes corporações a investir nos fundos.
Para os trabalhadores, que tiveram seus salários controlados durante a guerra, os fundos se tornaram um benefício indireto. Assim, o número de fundos de pensão cresceu de 515, em 1938, para sete mil, em 1946.
O crescimento prosseguiu nos anos 50. A maioria absoluta dos fundos era constituída por contribuições do empregador e dos empregados, com a carga principal ficando com o empregador.
Em 1962, as pessoas que resolvessem fazer seu fundo individual em instituições financeiras também ganharam dedução. Em 74, o Congresson aprovou lei para controlar o gerenciamento dos fundos e dar garantias do governo aos beneficiários em caso de problemas.
Hoje em dia, os ativos dos fundos de pensão nos EUA são de US$ 4,5 trilhões (números de 1992). Destes, US$ 3,2 trilhões são de fundos privados, US$ 988 milhões de fundos mantidos por governos estaduais e municipais e US$ 304 milhões de fundos mantidos pelo governo federal.
A partir dos anos 70, as empresas reduziram sua participação, mas continuam sendo os grandes do mercado. Em geral, sua grandeza corresponde à das empresas onde estão constituídos. Os dois maiores são os da Ford e AT&T.
Os fundos são os maiores investidores nas Bolsas dos EUA. Calcula-se que metade das transações sejam feitas por eles. As Bolsas latino-americanas em geral e a brasileira em particular são consideradas bons investimento.
Há 132 mil fundos nos EUA, com 47,4 milhões de participantes, que representam 55% da população economicamente ativa. Os fundos recebem US$ 25 bilhões por ano de contribuições e dão benefícios de US$ 66,8 bilhões.

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