São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Roqueiro adere a música religiosa

DA REPORTAGEM LOCAL

O fabricante de instrumentos musicais Wilson Antonio de Oliveira, conhecido como Russo, diz que considera o canto gregoriano uma "arma contra o estresse".
Ex-músico profissional, Russo afirma que sempre gostou de blues, jazz e fusion (fusão de vários estilos com o rock).
Recentemente, no entanto, diz que passou a ouvir mais o canto gregoriano e chegou até a comprar partituras para conhecer melhor o estilo.
Apesar disso, Russo afirma não fazer parte dos "amantes passageiros" desse canto.
"Descobri que esse é o tipo de música ideal para quem quer relaxar, se desintoxicar da correria do dia-a-dia", afirma.
Um dos donos da loja Cuca-Monga, que fica nas Grandes Galerias (rua 24 de maio), Russo afirma que durante o dia atende, principalmente, os pedidos feitos por roqueiros.
"Quando chego em casa ou antes de dormir, não quero saber de ouvir `pauleira'. Coloco mesmo um canto gregoriano para descansar", afirma o lutier (fabricante de instrumentos musicais).
Para o empresário, ex-atleta e ex-surfista Luiz Antonio Mercadante, 31, o canto gregoriano pode ser "perigoso".
"Ouvir esse tipo de música no trânsito enquanto você está dirigindo pode ser um negócio perigoso mesmo. Você entra em outro estado, se `desliga' do mundo e pode bater."
O empresário disse que tinha o hábito de ouvir canto gregoriano quando voltava do trabalho, mas que, certa vez, quase se envolveu em um acidente por causa do "relaxamento causado pela música".
Mercadante, um dos donos da Arte Oficina, empresa gráfica de São Paulo, recomenda o canto gregoriano para pessoas "tensas" e insones.
Sua última namorada, diz ele, cantava em um coral que, entre outros estilos, também apresentava cantos gregorianos.
"Na minha opinião, é o tipo da música que consegue `lavar' a alma depois de 12 horas de trabalho. É uma música ideal para moradores de centros urbanos", diz.

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