São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Bélgica e Marrocos fazem duelo de opostos

RODRIGO LEITE
DA REDAÇÃO

Bélgica e Marrocos iniciam hoje às 13h30 (horário de Brasília) em Orlando, na Flórida, uma disputa entre dois mundos. Dois países árabes e dois vizinhos europeus dividem o Grupo F da Copa.
Amanhã, a disputa deve se reproduzir de forma semelhante no jogo entre a Holanda e a Arábia Saudita (leia texto abaixo). As seleções da Bélica e da Holanda são as favoritas.
A Bélgica aposta todo o seu jogo no centroavante Josip Weber. O atacante nasceu na Croácia (ex-Iugoslávia) e há seis anos se mudou para a Bélgica.
Há apenas três meses Weber se naturalizou belga, podendo finalmente integrar a seleção. Neste ano, fez 31 gols pela equipe do Cercle Brugge. A marca levou o poderoso Anderlecht a contratá-lo, há duas semanas.
Outra aposta do treinador belga Paul Van Himst para amanhã está no gol. Filip de Wilde, 30, deve substituir o veterano Michel Preud'Homme, 35.
Ontem, os marroquinos e os belgas planejavam um treino fechado no estádio Citrus Bowl, local da partida. Primeiro os africanos, depois os europeus.
Os dois treinadores prometem anunciar o elenco titular apenas poucos minutos antes da partida.
O horário do jogo, acreditam os belgas, será seu maior inimigo. A temperatura durante a partida (prevista para as 12h30 locais) deve se aproximar dos 40 graus Celsius.
Para os marroquinos o calor não assusta tanto. O Marrocos está localizado no norte da África, com boa parte de seu território ocupado pelo deserto do Saara.
Para os belgas a temperatura é um fantasma. Vários jogadores têm reclamado de dores de cabeça após os treinos da seleção.
O médico da equipe, Marc Goosens, está orientando os jogadores para que tentem atenuar os efeitos do forte calor com gel nos cabelos.
A explicação de Goosens é que a brilhantina reflete os raios solares e pode ajudar o time a manter a cabeça mais fresca.
Para os marroquinos, o maior fantasma é o próprio time. O treinador da seleção, Abdellah Blinda, admite que ainda não conhece a fundo a maioria de seus jogadores. Blinda assumiu o cargo há poucas semanas.
"Eu precisaria estar no cargo há pelo menos dois anos para poder formar uma equipe", reclama.
Hipoteticamente, o técnico diz que gostaria de ter um time entrosado há quatro anos, "como o da Alemanha". Nos últimos jogos, o Marrocos tem entrado em campo com diversas formações.
"Falta mais coesão ao time", diagnostica o atacante Modammed Chaouch, 28. "Não acho uma boa idéia que cada equipe jogue uma partida. Assim, não se pode adquirir um estilo de jogo."
As seleções de Marrocos e Bélgica nunca se enfrentaram antes. A história das Copas é amplamente favorável aos belgas: nove presenças em fases finais, contra apenas três dos marroquinos.
Junto com a equipe de Camarões, o Marrocos é a mais assídua seleção africana em Copas do Mundo. (Rodrigo Leite)

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