São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Combate ao mofo ganha arsenal importado

CARMEN BARCELLOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quem sofre com o excesso de fungos em casa em São Paulo está ganhando um número cada vez maior de armas para combatê-los, muitas delas importadas.
Os fungos são microorganismos que se instalam em locais úmidos, criando manchas de mofo, que podem causar problemas respiratórios, como asma e rinite, em pessoas propensas a essas doenças.
As opções para evitá-los vão de carpetes e tintas a desumidificadores e esterilizadores de ambiente.
Entre os produtos existentes no mercado há materiais de revestimento e aparelhos importados, como o piso Reve, de cortiça, trazido de Portugal pela Arcopiso.
Jairo Palansc, 38, diretor comercial da empresa, explica que o piso é imune aos fungos e ácaros, porque a cortiça é prensada, tratada quimicamente e recoberta por material sintético.
Outra vantagem, segundo ele, é o fato de a cortiça conservar a temperatura, dispensando o uso de carpetes, um dos alojamentos preferidos dos microorganismos.
Mas os fabricantes de tapetes e carpetes também estão entrando na briga contra os fungos e ácaros com a substituição das fibras naturais, como a juta, por sintéticas.
A Tabacow acaba de lançar o carpete Trinylon Extra, confeccionado com fibras sintéticas e recoberto por um impermeabilizante.
O produto é apresentado como antialérgico, que não retém a umidade e repele os fungos.
Além das fibras sintéticas, a Fademac incorporou ao processo de fabricação de seu novo carpete, o Reviflex, um fungicida.
"Testes de laboratório comprovaram que 75% dos microorganismos do ar não se instalam no Reviflex", diz Clariza Coimbra, 42, gerente de produto da Fademac.
A duração do fungicida no carpete tem garantia de cinco anos.
A Sherwin Williams oferece a tinta metalatex acrílica, específica para a prevenção do mofo.
A tinta contém um agente fungicida que, segundo testes do Instituto Adolfo Lutz, não permite a proliferação de fungos.
Sua eficiência depende da perfeita limpeza, com escova e cloro, da área em que será aplicada.
Segundo Márcia Capoleto, 33, analista de marketing da Sherwin Williams, se a aplicação for correta o efeito antimofo pode durar até cinco anos.
Em casos de umidade muito intensa, em que estas alternativas de revestimento não resolvem, pode-se apelar para os desumidificadores ou outros aparelhos que prometem a desinfecção do ambiente.
É o caso do Vaporetto, importado da Itália, pela Polti do Brasil.
O aparelho promete a eliminação de fungos de tapetes, colchões, cortinas, estofados, azulejos. Seus jatos de vapor aquecido a 120 graus matam os microorganismos, segundo a empresa.
A De Longhi do Brasil traz da Itália o Pinguino, aparelho de ar-condicionado portátil, com funções de aquecimento, resfriamento e desumidificação.
Também ar-condicionado com desumidificador é o Freecom, com tecnologia japonesa e importado de Taiwan pela Intercom.
Seus três modelos são capazes de retirar de 18 a 36 litros de água do ambiente por dia.
Os desumidificadores nacionais vêm sendo aperfeiçoados. Perderam peso e tamanho, tornaram-se mais decorativos e automáticos.
Ligam e desligam sempre que o índice de umidade ultrapassa o limite estabelecido pelo usuário.
Em São Paulo, existem pelo menos quatro marcas, fabricadas pela Herbert Kirsner, Arsec, Termodinâmica Aplicada e Fargon.
Os modelos variam conforme o tamanho do ambiente a que se destinam, em geral até 100 m2.
Para pontos localizados há o Sterilair, esterilizador que capta microorganismos a 300 graus numa área de até 12 m2. Outra opção é o Antimofo, fabricado pela Pandora, que atua através do calor.

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