São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Há mapas mais antigos que a escrita

DO BANCO DE DADOS

Os mapas são uma das mais antigas formas de comunicação gráfica utilizada pelo homem.
Estudos históricos, geográficos e cartográficos comprovam que até mesmo civilizações sem escrita produziram mapas.
Registros indicam que o mapa mais antigo que chegou aos dias de hoje data do século 20 antes de Cristo, na Babilônia antiga.
Mestres da astronomia e da matemática, os babilônios foram os autores de uma tábua de argila cozida com a representação de duas montanhas e um rio –identificado como o rio Eufrates. Seria esse o mapa mais antigo encontrado até hoje.
Um dos mapas mais antigos foi encontrado num penhasco no vale do Pó, na localidade de Bedolina, no norte da Itália, e descreve em detalhes as atividades de um povo agrícola do século 16 a.C.
O Egito, desde o Império Antigo (século 27 a.C.), conhecia um sofisticado método de agrimensura, mas o único mapa egípcio que se conhece é um papiro da época de Ramsés 2 (1290 a.C.), com rotas para o mar Vermelho.
A principal obra cartográfica da Antiguidade são os oito volumes da }Geografia (século 2 d.C.), trabalho do cartógrafo, geógrafo e astrônomo grego Cláudio Ptolomeu, que trabalhava no Museu da cidade de Alexandria (Egito).
Composta de 27 mapas dos países mediterrâneos, o trabalho realizado por Ptolomeu registra todo o conhecimento geográfico do mundo antigo.
A representação do mundo muda através dos tempos. A princípio, os desenhos traziam a orientação no alto da página voltada para o norte.
Na Idade Média, os mapas voltam-se para o leste.
A bússola, utilizada no Ocidente a partir do século 15, resgata a orientação para o norte, que permanece até hoje.
A Idade Média ignora os avanços gregos, e vê cair em esquecimento o saber da Antiguidade. É o momento em que princípios religiosos passaram a controlar os interesses científicos.
Nesse período, os mapas mudam a orientação utilizada desde a Antiguidade. Ao invés de orientados para o norte, passam a ser orientados para o leste, }para o Oriente, de onde surge a luz.
No final do século 15, com o Renascimento, a cartografia alcança uma nova fase. A tradução latina da "Geografia" de Ptolomeu, as inovações técnicas do período e o trabalho de cartógrafos genoveses e castelhanos seriam responsáveis pelos avanços.
Mas o grande impulso viria com os descobrimentos da Idade Moderna.
Com a necessidade de garantir mercados e poder sobre as terras descobertas no Novo Mundo, portugueses e espanhóis disputam cada palmo do conhecimento cartográfico.
Nesse momento a cartografia passa a significar um diferencial de poder e desenvolvimento para as nações. As técnicas avançam bastante e os mapas voltam a ter orientação para o norte.
Ao final do século 16, navegadores holandeses e ingleses estendem as descobertas sobre os oceanos.
No século 18, todos os contornos do planeta já são conhecidos do homem.

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