São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Jovem judeu lembra atentado de Brooklyn

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Os crimes de ódio contra judeus nos EUA atingiram em 1993 o maior nível dos últimos dez anos.
Segundo a Liga Antidifamação B'nai B'rith, que quantifica as ocorrências, foram registrados cerca de 2.000 casos, metade envolvendo intimidações.
O judeu ortodoxo Ieuda Rosemberg, 20 anos, diz que já sentiu "na pele" os crimes de ódio.
Rosemberg era amigo de Aaron Halberstam, 15, assassinado a tiros na ponte do Brooklyn, em Nova York, no início de março.
O libanês Hassad Baas, 28, foi preso e acusado de ter cometido o atentado. Ele teria gritado "morte aos judeus" antes dos disparos.
O ataque foi uma represália ao massacre de cerca de 40 muçulmanos por um judeu em uma mesquita em Hebron, na Cisjordânia ocupada, quatro dias antes, pelo colono judeu ortodoxo Baruch Goldstein, um médico originário de Nova York.
Ainda abalado pela morte, no domingo passado, do seu líder na seita ortodoxa Lubavitch, o rabino Menachem Schneerson, Rosemberg concedeu a seguinte entrevista à Folha:
Folha - Você teme agressões contra os judeus em Nova York?
Ieuda Rosemberg - Sim, fiquei traumatizado com o atentado na ponte do Brooklyn. Perdi um grande amigo com aquela violência. Mas em Israel, onde estudei por seis anos, as coisas são bem piores. Havia muitas brigas com estudantes de colégios árabes vizinhos.
Folha - Você odeia os muçulmanos?
Rosemberg - Não diria que odeio, mas digo que quero justiça para meu povo. Queremos viver em paz e harmonia.
Folha - Qual é a sua opinião sobre a morte do rabino Menachem Schneerson?
Rosemberg - Foi o segundo trauma que tive aqui em Nova York. Eu acreditava que ele ressuscitaria como o Messias, mas parece que essa não foi a vontade de Deus. (FCz)

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