São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 1994
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Brasil deve ser melhor que Itália e Alemanha

TELÊ SANTANA

A seleção brasileira que entra em campo hoje é aquela em que mais acredito, das 24 que disputam esta Copa. Confio nela, em primeiro lugar, por seus próprios méritos. Tem jogadores de alto nível técnico, o ambiente entre eles é bom, estão todos motivados e, pelo que vi até aqui, contam com uma arma mortal que os outros não têm sabido usar: as jogadas de linha de fundo.
Para falar a verdade, o único jogo de que gostei até agora foi Romênia x Colômbia. Não se iludam com a Romênia: tem bom goleiro, defesa segura, sabe sair no contra-ataque e tem dois talentosos homens de frente, Dumitrescu e Hagi.
A Colômbia foi exatamente o que eu esperava: toques de bola de pé em pé, mas pouca objetividade. Parece que vieram se exibir, pensando num grande contrato na Europa.
Às vezes falta seriedade à seleção colombiana. Já na Copa passada, Higuita saía do gol de forma irresponsável, perdia a bola, sofria o gol e morria de rir. O goleiro atual, Córdoba, também gosta de sair do gol. Graças a isso Hagi fez o segundo e quase marca outro.
Desapontamento, mesmo, tivemos com Alemanha e Itália. Não entendendo como os alemães limitam um jogador como Matthaeus como líbero diante de uma equipe que mal atacava.
Não fosse a falha da defesa boliviana, é bem possível que os campeões do mundo tivessem estreado com um empate.
A Itália foi outra decepção. Difícil imaginar um sério candidato com tão pouca capacidade ofensiva. Nenhuma jogada dos laterais, meio campo confuso. Quem esperava uma jogada decisiva de Baggio ficou na espera.
Por nossos próprios méritos –e por ver duas campeãs do mundo começarem tão mal– é que a seleção brasileira fica sendo aquela em que mais acredito.

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