São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 1994 |
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Primeiros hackers surgem no Brasil em 82
NIKI NIXON
Com o equipamento que tinham na época, os primeiros PCs e Apples, com programas para simular terminais remotos, num furgão ou numa Kombi, estacionavam junto a um telefone público como se fossem fazer reparos. Ligavam os fios do telefone no computador e telefonavam para suas vítimas à custa da companhia telefônica. Muitos não precisavam nem gastar os poucos bits de seus equipamentos para descobrir códigos de acesso. Bastava ligar para a recepção das empresas e atormentar a secretária ou telefonista com ruídos eletrônicos. Enquanto a moça ficava repetindo "Alô, alô?", confusa, perguntavam fingindo surpresa: "Como alô? Aí não é o número do computador?" "Não", respondia a solícita secretária sem suspeitar de nada. "O número é...", e colaborava com os invasores involuntariamente. A transgressão era, segundo eles, sadia. "Tínhamos uma ideologia parecida com a dos pichadores. Não era o vandalismo que nos interessava, mas o desafio de invadir sistemas sem ser descobertos", afirma B.H.J., um dos poucos a nunca ter problemas com a Justiça e que por isso mesmo sempre se refugiou no anonimato. Segundo ele, "os únicos que se deram mal com a brincadeira foram os que esperavam enriquecer com ela. A maioria dos hackers era composta por garotos tímidos que se divertiam mais em se comunicar com especialistas das empresas que os desafiavam a invadir o sistema". (NN) Texto Anterior: Houve "caça às bruxas" Próximo Texto: BECK Índice |
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