São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 1994
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Relatório do Bird pede o fim do desperdício

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Combater a ineficiência e o desperdício nos serviços de infra-estrutura do mundo em desenvolvimento é tão importante quanto aumentar os investimentos.
Esta é uma das conclusões principais do relatório sobre o desenvolvimento do mundo, divulgado hoje pelo Banco Mundial (Bird).
Os países em desenvolvimento investem US$ 200 bilhões por ano em infra-estrutura (energia, telecomunicações, água, esgoto, lixo, rodovias, transporte público urbano, ferrovias, aeroportos etc.).
Isso significa um quinto do investimento total feito por esses países. O resultado é que nos últimos 15 anos o número de domicílios com energia elétrica e telefones dobrou e o de servidos por água aumentou em 50%.
Ainda há 1 bilhão de pessoas nesses países sem água potável e 2 bilhões sem esgotos ou energia.
O aumento populacional e a rápida urbanização registrados nas nações em desenvolvimento ainda fazem com que a demanda por infra-estrutura aumente.
Os investimentos na área feitos no passado não tiveram o efeito esperado em termos de desenvolvimento, segundo o Banco Mundial.
O Banco recomenda que os serviços de infra-estrutura sejam geridos como se fossem da iniciativa privada, não como uma burocracia, mesmo quando não for possível afastar o governo.
Eles devem responder às demandas dos consumidores, aconselha o relatório, o que é mais fácil agora, com a grande disposição para pagar por infra-estrutura, mesmo da parte dos pobres.
É preciso, de acordo com o banco, introduzir a competitividade na infra-estrutura, de maneira direta sempre que possível ou indireta.
"Dar aos consumidores opções sobre como atender melhor às suas necessidades pressiona os fornecedores a serem eficientes e a se preocuparem com os seus clientes", afirma o relatório.
O Bird recomenda parcerias entre governo e empresas privadas, cabendo ao Estado a missão de definir políticas e estabelecer os regulamentos básicos para garantir os direitos dos mais pobres.

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