São Paulo, terça-feira, 21 de junho de 1994
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Jack Nicholson parece perigoso em `Wolf'

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Jack Nicholson parece perigoso em 'Wolf'
Cinema norte-americano recorre a fantasias do passado na história do lobisomem e tem bilheteria de US$ 18 mi na estréia
Na falta de boas histórias novas, o cinema americano continua recriando as fantasias do passado. A fórmula tem sido quase sempre a mesma: temperos modernos e personagens com problemas contemporâneos entram em um mundo que parece ancestral, de tão conhecido.
O filme "Wolf" (Lobo), com Jack Nicholson e Michelle Pfeiffer que estreou no fim-de-semana nos Estados Unidos, usa os mesmos ingredientes.
Lobisomem
É uma história de lobisomem clássica. Tem mordida de lobo no início, sangues que se misturam, lua cheia, velho sábio que dá conselhos e efeitos especiais que deixam os atores peludos.
Só que os personagens vivem em Manhattan e trabalham para uma grande editora de livros.
Will Randall (Nicholson) é um editor envelhecido e alvo de uma trama que pretende despachá-lo para o Leste Europeu para que o jovem Stewart Swinton (James Spader) assuma seu posto.
A puxada no tapete de Randall já está encaminhada quando ele começa a sentir algumas transformações associadas a uma mordida de um lobo que levou dias antes.
Randall se transforma aos poucos. Fica mais forte, percebe que está lendo sem os óculos, capta o cheiro da tequila que um subordinado tomou horas antes e escuta conversas à distância.
Estimulado pelo seus novos poderes, Randall resolve dar o troco em seus inimigos.
O nome "Wolf" oferece uma metáfora para o comportamento social e profissional dos personagens. E Randall sabe como correr e agir entre os lobos –ainda mais na pele de Nicholson, com sua habilidade de parecer perigoso.
Depois que as engrenagens e as peças da intriga são mostradas, o filme se direciona com mais ênfase para a história do lobo, que acaba tendo um caso com a mocinha, Laura (Michelle Pfeiffer), a filha do dono da editora.
As transformações não são fantásticas e os US$ 40 milhões gastos na produção parecem ter sido empregados na elaboração das cenas nos parques e zoológicos onde o lobisomem faz suas vítimas em noites de lua cheia.
O filme consegue deixar o público bastante nervoso em momentos de suspense. As cenas finais são eletrizantes, embora mal amarradas e com o mesmo conteúdo de centenas de outros filmes –o mesmo final de sempre.
Sucesso
"Wolf" estreou sexta-feira e conseguiu uma bilheteria de US$ 18,2 milhões, a segunda melhor abertura de 1994, ficando atrás apenas do filme "Os Flintstones", que arrecadou US$ 37,2 milhões no seu primeiro fim de semana.
A repetição de histórias deverá ter uma segunda grande estréia este ano nos EUA.
O trailer que antecede "Wolf" nos cinemas americanos já está anunciando "Frankenstein", dirigido por Kenneth Branagh e produzido por Fancis Ford Coppola –que recentemente dirigiu "Drácula".

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