São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 1994
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Inquérito da escola Base inocenta acusados

DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado Gerson Carvalho, da 1ª Delegacia Seccional, conclui hoje o inquérito sobre o caso da escola infantil Base, cujos donos foram acusados de abusar sexualmente de alunos.
Após cerca de três meses de investigações –que resultaram em pelo menos 2.000 folhas–, o delegado diz que não há indícios de que algum aluno da escola tenha sofrido abuso sexual.
Ou seja, os seis acusados no caso –Icushiro e Aparecida Shimada; Saulo e Mara Nunes, Maurício e Paula Alvarenga– deverão ser inocentados nessa etapa.
O inquérito agora deverá ser enviado a um juiz do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais).
O Dipo envia o inquérito para uma das Varas Criminais do município. O juiz da Vara vai encaminhar o processo ao Ministério Público.
Baseados nos dados obtidos e na avaliação do Ministério Público, o juiz pode determinar que o caso seja arquivado ou então pedir novas investigações.
O delegado se baseou em depoimentos de pais e mães de alunos, funcionários da escola, novos exames de corpo de delito do IML em alunos e a avaliação da psicóloga Marylin Tatton, da Delegacia da Mulher, especialista em casos de abuso sexual em crianças.
Um dos advogados de acusação, Arthur Troppmair, também deve entregar hoje ao delegado Carvalho um laudo de avaliação psicológica no qual, afirma, uma psicóloga (ele não revela o nome) teria "provas cabais de que as crianças sofreram abuso".
Apesar disso, Troppmair diz que dificilmente esse laudo vai mudar a conclusão do inquérito.
"Alegamos que houve o abuso, que ocorreu. Mas não conseguimos prová-lo", diz Troppmair, advogado de Cléa Parente, mãe de C.C., 4, e Lúcia Chang, mãe de F.J.C., 4, primeiras a denunciar os donos da escola à polícia, em abril.
Os acusados aguardam o fim do inquérito para tomar medidas legais.

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