São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 1994
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EUA criam 'superdefesa' contra a Colômbia

MARIO CESAR CARVALHO
ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES

EUA criam 'superdefesa' contra a Colombia
Americanos armam retranca com oito jogadores; técnico colombiano muda ataque e troca Valencia por Avila
A seleção da Colômbia decide hoje com a dos Estados Unidos se continua na Copa 94. Se perder, está fora da próxima fase.
Há dois complicadores extras na Colômbia, tido como um dos grandes times da Copa 94 por causa de seu futebol ofensivo.
O primeiro problema está justamente no ataque colombiano. O técnico Francisco Maturana resolveu mudar e tirou o atacante Valencia para a entrada de Anthony de Avila.
Segundo o técnico Maturana, Avila deverá dar maior mobilidade ao ataque. "Talvez ele não faça tantos gols quanto Valencia, mas abre mais espaços", afirmou o treinador.
O segundo é a forma como os EUA devem jogar. O técnico dos EUA, Bora Milutinovic, afirmou que vai colocar oito jogadores na defesa. Pelas contas do treinador, com mais dois empates os EUA passam à próxima fase da Copa. No último sábado, empataram com a Suíça em 1 a 1.
No mesmo dia, a Colômbia perdeu para a Romênia por 3 a 1 e está em último lugar no Grupo A.
O técnico Francisco Maturana disse à Folha que não há desespero no time: "Não creio que a derrota foi um desastre. Nós jogamos melhor e vamos melhorar contra os Estados Unidos."
O jogo de hoje acontece às 16h30 (20h30 de Brasília) no Rose Bowl de Pasadena, na Grande Los Angeles.
O técnico dos EUA não diz, mas jogadores como Alexi Lalas, Tab Ramos e Cobi Jones consideram a Colômbia o adversário mais difícil do Grupo A.
"Eles devem ficar com a bola uns 80% do jogo", disse à Folha o meio-campista Tab Ramos, 27, considerado o "cérebro" do time. "Vamos nos defender com oito, com nove se for preciso, e sair no contra-ataque. Não temos saída."
A inexperiência do time dos EUA explica a falta de alternativas. Dos 11 jogadores que empataram contra a Suíça, seis não jogam em times profissionais, só em equipes universitárias.
Dois jogadores dos EUA estão com problemas físicos. Wynalda, autor do gol contra a Suíça, teve uma reação alérgica. Reyna, que não jogou sábado, está com um estiramento na coxa.
Milutinovic disse que espera contar com os dois, mas só anuncia o time uma hora antes do jogo.
Ele afirmou que o espírito coletivo e a disciplina são as principais qualidades do time. O jogadores que não pertencem a equipes profissionais treinam há nove meses.
Segundo ele, não há problemas de entrosamento entre esses jogadores e os que estão no futebol europeu –caso de Dooley (Bayer Leverkusen da Alemanha) e Tab Ramos (Real Betis da Espanha), por exemplo.
A diferença de nacionalidades também não afeta o time, para Milutinovic. A seleção é uma espécie de Nações Unidas do futebol –sete jogadores são naturalizados.

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