São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 1994
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Argentina faz 4 a 0 com gol de Maradona

SÍLVIO LANCELLOTTI
ENVIADO ESPECIAL A BOSTON

A seleção argentina teve apenas 120 segundos de dificuldades para abater, impediosamente, por 4 a 0, a rudimentar equipe da Grécia, ontem, no estádio de Foxboro, a meio caminho entre Boston e Providence (nordeste dos EUA).
A equipe exibiu a formação mais ofensiva do Mundial. Recuou um atacante, Balbo, para o meio-campo e liberou Maradona para compor o ataque com Batistuta e Caniggia.
Exatamente a 2min da etapa inicial, o artilheiro Gabriel Batistuta escapou pelo seu flanco destro e, aproveitando a ingenuidade do arqueiro inimigo, Antonios Minou, que saiu muito mal da sua meta, abriu o marcador.
O placar até que poderia ser muito maior se a seleção da Argentina, depois de inaugurá-lo, soubesse como multiplicá-lo.
Estranhamente, o time de Alfio Basile se circunscreveu ao seu meio-campo e, durante um quarto de hora, o jogo virou uma pelada.
Em quase toda a etapa inicial, o capitão Maradona só produziu um lance de efeito, um drible espetacular no seu carrapato, o zagueiro Tsalouchidis, que lhe passou uma rasteira e recebeu cartão amarelo.
Apenas Batistuta, o lateral José Antonio Chamot e o ala Cláudio Caniggia pareciam interessados em algum tipo de movimentação.
Houve um momento, inclusive, no fim do primeiro tempo, em que a Grécia prendeu a Argentina atrás da linha divisória do gramado.
Majoritária no Foxboro, cerca de 80% dos 53.486 presentes, a torcida grega desandou a gritar "Hellas! Hellas!" –mas, de novo, Batistuta destruiu o seu prazer, num tento lindíssimo, aos 44min, num tiro da linha da área.
Faltava, claro, um lampejo de Maradona. E o capitão voltou aos tempos de "Pibe de Oro" com um gol maravilhoso aos 14min da etapa derradeira, o desvio de dois adversários e um petardo no ângulo de Minou –a bola passou num espaço mínimo entre os beques.
Batistuta completou o resultado na cobrança de um pênalti, cometido pelo bom Efstratios Apostolakis, o melhor da Grécia, nos acréscimos do combate.
Obviamente formidável, pelo ânimo que injetou no elenco de Basile, o placar, no entanto, camufla uma ilusão de ótica.
A Grécia provavelmente ostenta o pior time da Copa, tosco na tática e na habilidade. De todo modo, a Argentina se aproveitou bem mais da sua superioridade do que o Brasil, contra a Rússia, igualmente uma equipe muito ruim.

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