São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 1994 |
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Tio Dave vai ajudar Brasil a ser campeão
DAVID DREW ZINGG
Em primeiro lugar vocês precisam entender que eu não entendo "diddley squat" (uma bela e antiga expressão usada na Gringolândia, que significa "algo indizivelmente pior do que nada") sobre soccer. Ops!, quero dizer futebol. Em segundo, é bom vocês saberem também que eu nunca na vida assisti a uma partida de futebol antes de ajudar o Brasil a arrasar com a Rússia, na segunda-feira. Pode ser que eu tenha assistido a algum jogo muito, muito tempo atrás, quando ainda estava estudando para ser carioca. Mas naqueles dias felizes, quando os dinossauros andavam sobre a terra no Rio de Janeiro, eu vivia permanentemente sob a influência de substâncias controladas, de modo que não me lembro, de qualquer maneira. Por isso, na última segunda, na primeira partida da qual consigo me recordar conscientemente, fiquei bastante impressionado. Afinal, caras, um monte de gente importante estava chegando de limusine. Era exatamente como em uma sessão de fotos ao vivo para a revista "Caras". Quem estava lá? Uau! o Jô Soares. E ali perto estavam o Zózimo, a Danusa e a Joyce Pascowitch. Se alguém tivesse jogado uma bomba no estádio em Palo Alto, teria sido o fim dos registros escritos da sociedade de Sambalândia. Aí eu garanti a vitória brasuca quando resolvi deixar meu lugar para trazer um pouco de água potável para meus colegas sedentos. Quando voltei, não é que o Brasil já tinha feito o seu primeiro gol? Percebi que alguma coisa importante estava acontecendo. Assim, quando as coisas começaram a se arrastar, no segundo tempo, achei que já estava na hora de selar a vitória de nossa gloriosa seleção. Com muita calma, anunciei que ia sair para buscar mais água. Imediatamente, como num toque de mágica, o Brasil fez o segundo e brilhante gol. No centro de imprensa já estão me chamando de Gunga Zingg. Tradução de Clara Allain. Texto Anterior: Nigéria estréia em Mundiais com goleada Índice |
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